segunda-feira, 4 de junho de 2012

Considerando os parâmetros farmacocinéticos e as possíveis alterações fisiológicas que podem ocorrer nos pacientes especiais (crianças, idosos, obesos, gestantes, nefropatas e hepatopatas), discuta o papel do farmacêutico clínico na sugestão de possíveis ajustes de doses.


34 comentários:

  1. KARLA CASSARO - UVV

    Primeiramente, o farmacêutico é quem tem o dever de sempre se posicionar em relação à medicação do paciente. Em segundo lugar, é o farmacêutico clínico que tem o conhecimento a respeito da farmacocinética básica e aplicada das medicações, além de saber reconhecer as diferenças e alterações fisiológicas do paciente. Através das curvas de concentração máxima, dose-efeito, e dos cálculos pertinentes ao uso de medicações, além de outros.
    Esse conhecimento auxilia os demais profissionais na escolha de dosagem, esquema terapêutico e etc.
    É claro que possivelmente não há condições de ser realizado calculos para cada paciente em cada condição, mas é possível, assim como na nutrição parenteral, criar "fórmulas" para as condições específicas dos pacientes, que seja mais aplicado à prática clínica.
    Vamos em frente lutando para que a farmácia clínica evolua em nosso país e que sejamos reconhecidos colegas.

    Abraços e até amanhã!

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    1. Isabel Heinzmann Griebeler11 de junho de 2012 às 18:52

      Karla, concordo com tudo o que escrevestes.
      No hospital em que trabalho estamos implantando um projeto de ajuste de dose individualizado de acordo com a função renal dos pacientes. Já é um grande avanço, pois para a maioria dos medicamentos o ajuste de dose é feito mediante "fórmulas" e muitas vezes, de maneira empírica...
      Como farmacêuticos clínicos, ainda sofremos muito preconceito, mas com o tempo nosso trabalho será reconhecido!!

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  2. Ola Pessoal,

    Concordo com a Carla em sendo o Farmacêutico o profissional do medicamento sua atuação clinica deverá ser focada no paciente com vistas a seu tratamento. Espera-se que o Farmacêutico possa entenda os parametros farmacocinéticos e possa contibuir junto a equipe para melhorar os tratamentos dos pacientes. O grupo de pacientes especiais conforme questionado está mais suceptivel a desenvolver problemas com as interações medicaemtosas dados os mecanismos farmacocinéticos...sendo que o conhecimento prévio destas questões trará um maior subsidio no desenvolvimento especifico do plano de cuidado deste perfil de pacientes.
    Logo, os conhecimentos sobre o perfil farmacocinético dos medicamentos que o paciente esta em uso dará maior segurança na tomada de decisão do farmacêutico clinico.
    Até a aula

    Abraços

    Leonardo/UFBA

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  3. Para o farmacêutico clínico atuar nas ações que proporcionem os ajustes de doses nestes pacientes especiais precisa primeiramente conhecer quais os principais parâmetros farmacocinéticos sofrem alterações significativas que refletem sobre a prática clínica e exigem um ajuste de posologia, tais como:

    - Em crianças precisa-se primeiramente pensar em dose mg/kg/dia. Precisa-se analisar a vias de metabolização dos fármacos, sempre levando em consideração a "imaturidade das enzimas de metabolização" (Ex. Baixos níveis de atividade enzimática da CYP3A4 é observada em crianças até três meses de idade. Quanto às enzimas da fase II, a expressão da beta-glicuronidase aumenta até três anos de idade). E ainda, nível reduzido de proteínas totais do plasma (albumina) promove aumento das frações livres de fármacos os rins dos recém-nascidos apresentam capacidade reduzida de excretar ácidos orgânicos fracos como as sulfonamidas.

    - Em idosos: o farmacêutico clínico precisa considerar a maior porcentagem de tecido adiposo, que pode ocasionar aumento da meia vida de eliminação de fármacos lipofílicos, como o diazepam que apresenta um Vd elevado. A redução da perfusão renal, a redução da motilidade do transito gastrointestinal, e da filtração glomerular... isso faz com que alguns medicamentos sejam evitados ou utilizados com maior cautela pelos pacientes idosos, como os destacados no critério de Beers (lista atualizada em 2012).

    - Obesos: Levar em consideração as características de liposolubilidade do fármaco e a dose mg/kg/dia.

    - Gestantes: Pensar que o Vd aumenta e isso pode exigir um aumento da dose utilizada. Por exemplo, o uso da lamotrigina na gestação exige um aumento significativo na dose utilizada para se conseguir um controle efetivo das crises epilépticas. Considerar também na alteração do clearence renal.

    - Nefropatas e hepatopatas: Considerar principalmente as vias de metabolização dos fármacos utilizados, de forma a prever um aumento na concentração plasmática do fármaco e realizar condutas clínicas necessárias, tais como aumentar o intervalo entre as doses e reduzir a dose utilizada.

    É isso pessoal... eu acredito que atuação do farmacêutico clínico junto a equipe de saúde no sentido de atuar para a melhoria da assistência a estes pacientes "especiais" é uma grande oportunidade para inserirmos no serviço de forma efetiva e demonstrar a relevância do farmacêutico na equipe multiprofissional.
    Um grande abraço a todos, vamos conversando e trocando experiências.

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  4. Acredito que os diferentes comportamentos apresentados no gráfico estão relacionados a estes pacientes especiais.
    Por ser um fármaco lipofílico, há uma maior interação com o tecido adiposo (o que pode estar ocorrendo nos paciente 6).
    Os pacientes 5 e 7 podem ter uma massa corporal menor, ou com menor quantidade de tecido adiposo, havendo menor interação.
    Há possibilidades de disfunção hepática/ renal que aumentem as concentrações.

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  5. Antes da aula de hoje já era evidente a importância do farmacêutico clínico na ajuda da equipe médica para a tomada de decisão na alteração da dose em pacientes com condições especiais já que este profissional possui conhecimentos em farmacocinética. Porém, o que fica de mais interessante da aula é a conscientização de que não precisamos ficar fazendo vários cálculos para poder tomar essa decisão, pois conhecendo previamente os conceitos dos dados farmacocinéticos, podemos inferir com alguma segurança sobre determinada condição clínica sobre um aumento ou redução da dose. A partir daí, junto com a equipe médica e monitorização, podemos ajustar uma dose ainda mais segura para este paciente.

    Sobre o gráfico mostrado em aula:
    Por ser um medicamento extensivamente metabolizado no fígado e com um excreção renal de 94%, qualquer insuficiência, renal ou hepática, poderia explicar concentrações elevadas do fármaco.
    Outra explicação também seria a interação com medicamentos. Medicamentos indutores enzimáticos (carbamazepina, fenitoína) diminuiria a concentração plasmática da lamotrigina, bem como medicamentos inibidores enzimáticos (ac. valpróico) aumentaria a concentração do fármaco.

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    1. Isabel Heinzmann Griebeler11 de junho de 2012 às 18:56

      Gabriel, concordo contigo. Na prática clínica, é o que realmente acontece em virtude da falta de tempo também. Não há como exercer todas as funções de farmacêutico e ainda ficar se debruçando sobre cálculos específicos para cada paciente, sendo que é possível inferir dados de acordo com determinada condição clínica.

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    2. Vanessa Santana Gomes UFRGS11 de junho de 2012 às 18:59

      Concordo com o Gabriel,a utilização de indutores enzimático da glicuronidação concomitantemente com a lamotrigina,podem alterar (diminuir) a cincentração plasmática do fármaco. Assim como medicamentos como o Ac. Valpróico podem aumentar as concentrações plasmáticas da Lamotrigina, o que pode estar acontecendo com o paciente 6. O paciente 6 também pode ter algum problema referente a insuficiência renal ou hepática.

      Abraços a todos

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  6. Considerando os pacientes 5, 6 e 7 representados no gráfico, acredito que o sujeito 6 pode apresentar insuficiência renal ou insuficiência hepática uma vez que sua concentração plasmática está aproximadamente 3 vezes superior a dos demais pacientes submetidos à mesma dose de lamotrigina. Por outro lado, penso que o sujeito 6 pode ser idoso e dessa forma a taxa de filtração glomerular, a disponibilidade de água corporal e o fluxo sanguíneo possivelmente estarão reduzidos, o que ocasionaria menor eliminação e distribuição do fármaco, contribuindo para aquela concentração plasmática elevada.
    A análise desse gráfico evidencia mais uma vez a importância do farmacêutico clínico no seguimento de pacientes. O sucesso terapêutico depende do estudo individualizado do quadro clínico de cada sujeito, bem como do seu perfil físico, seus hábitos e medicamentos que utiliza, fatores estes que podem influenciar sobre ação do medicamento no organismo. O papel do farmacêutico no ajuste da dose para os pacientes representados no gráfico seria identificar a presença de comprometimentos funcionais e situações especiais (gravidez, pediatria, geriatria e obesidade) que influenciassem na cinética da lamotrigina, verificar ou estimar os efeitos disso sobre a concentração plasmática e então sugerir alteração na dose ou na freqüência de administração do medicamento.

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    1. Paola de Andrade Mello8 de junho de 2012 às 15:25

      Concordo com você Tiago!!! Ainda, no caso do gráfico, para chegarmos a uma conclusão mais precisa sobre o paciente 6 necessitamos de mais informações como a idade, peso, doenças prévias, uso concomitante de outros medicamentos, terapias alternativas, entre outros. Esse exemplo só reforça a importância da individualização das doses e o nosso papel no ajuste das mesmas. É uma tarefa complexa que envolve uma grande investigação e interpretação dos dados coletados.

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  7. Mais uma vez podemos observar a importância do farmacêutico clínico sobretudo em pacientes especiais. Concordo com o Tiago que o farmacêutico só deverá intervir num ajuste de dose depois de fazer TODAS as análises necessárias para CADA paciente de maneira separada. Não é porque o indivíduo é idoso que é necessário uma alteração na dose, por exemplo.
    Segundo o gráfico apresentado em aula, acho que o paciente que tem altas concentrações plasmáticas pode apresentar um quadro de insuficiência renal ou hepática uma vez que a concentração plasmática é quase 3 vezes superior e pelo fato do medicamento apresentar alta taxa de excreção renal. Também pode ser que ele esteja fazendo uso de valproato que inibe significativamente a glicuronidação de lamotrigina e leva para altas concentrações da mesma. Por outro lado o paciente que apresenta baixas concentrações plasmáticas pode estar fazendo uso concomitante com carbamazepina, fenitoina ou primidona que induzem significativamente a glicuronidação da lamotrigina.

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  8. O farmacêutico clínico pode trabalhar junto a equipe médica para efetuar os ajustes de dose ou intervalo entre doses para adequar a terapêutica para cada paciente. Quando se trata de gestantes, crianças, idosos, nefropatas, hepatopatas e obesos, o farmacêutico clínico deve ficar atento afim de evitar que ocorram subdoses ou doses tóxicas. Como o maior número de pacientes que atendemos são idosos, que apresentam alterações farmacocinéticas importantes além de administrar vários medicamentos concomitantemente, irei me focar um pouco neles. Algumas alterações fisiológicas importantes que ocorrem nos idosos e que alteraram a cinética dos fármacos são: aumento do tecido adiposo (aumento do Vd de fármacos lipossolúveis), redução da massa muscular e água corporal (redução do Vd e aumento na concentração plasmática de fármacos hidrossolúveis), redução de albumina (aumento na fração livre de fármacos de alta ligação à albumina) e redução da função renal (redução da eliminação renal de fármacos) e hepática (redução do metabolismo de primeira passagem e de fase I). Assim o farmacêutico deve monitorar os resultados clínicos da terapia no idoso, ficando muito atento a sinais de toxicidade ou subdose, sugerindo ajustes para a equipe médica sempre que julgar necessário.

    Com relação ao gráfico, as diferentes concentrações encontradas em pacientes nos quais foram administrada a mesma dose de lamotrigina pode ter ocorrido ou em decorrência a uma insuficiência renal ou hepática. Nesses dois quadros clínicos a dose deve ser reduzida sendo ajustados de acordo com a resposta clínica do paciente

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  9. Bruna Ruzza Monteguti7 de junho de 2012 às 07:17

    Considerando o gráfico apresentado, onde as concentrações do fármaco apresentam-se de modo diferente, podemos pensar no caso de alta concentração no uso concomitante de valproato (inibe a glicuronização, reduz metabolismo e aumenta a meia-vida), nos caso de baixa concentração, uso concomitante de fenitoína, carbamazepina, fenobarbital e primidorna ( induzem a glicuronização, aumentando o seu metabolismo). A associação com etilnilestradiol/levonorgestrel pode também causar o último efeito. Além da interação medicamentosa, podemos pensar em casos de insuficiência hepática e renal, explicando as altas concentrações do fármaco.
    Situações como a apresentada pelo gráfico justificam a intervenção do farmacêutico clínico no ajuste de doses.

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  10. Guilherme Borges Bubols7 de junho de 2012 às 16:27

    Como é bom nos conscientizarmos da importância dos farmacêuticos clínicos para contribuir com o ajuste de doses e na conduta clínica. Mesmo que isso ainda pareça bastante distante da realidade: Um desafio, pra dizer o mínimo! E que nos exigirá muito trabalho, a começar por demonstrar essa importância aos outros profissionais de saúde. Quem sabe no futuro tenhamos em todos os hospitais no Brasil um serviço de farmácia clínica bem estabelecido e respeitado.
    A base dessa importância é o nosso conhecimento de farmacocinética dentro do conjunto de outras habilidades que temos, que nos permite esperar algumas respostas diferenciadas de acordo com o tipo de paciente com o qual estamos lidando (crianças, idosos, insificiência hepática ou renal, etc).
    A resposta de um medicamento no paciente é influenciada pelos parâmetros farmacocinéticos do(s) medicamento(s) a serem empregados, do(s) que já são previamente utilizados pelo paciente, e pelas pecualiaridades de cada paciente.
    Como o André e a Aline bem demonstraram, é fundamental sabermos as características desses grupos especiais de pacientes e os parâmetros PK que poderão ser responsáveis por uma resposta diferenciada, por exemplo um aumento de concentração plasmática.
    Essa nossa bagagem de conhecimento (quando bem aplicada e inserida no contexto de saúde), nos permite uma individualização do tratamento e a elaboração de um esquema terapêutico otimizado que venha a melhorar a resposta terapêutica exibida pelo paciente ou prevenir possíveis eventos adversos.

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    1. Concordo contigo, Guilherme!
      Acho que a partir do empenho dos hospitais em mostrarem suas qualidades e passarem por acreditações como é o caso da JCI, a farmacia clinica vai acabar crescendo e se estruturando. E como o nosso trabalho na farmacia clinica certamente vai acabar sendo cada vez mais requisitado, os farmaceuticos sentirão a necessidade de se especializar mais e mais e os programas de pós-graduação passarão a oferecer mais cursos na area. É claro que recém estamos engatinhando, mas é assim mesmo, um passo de cada vez! Vocês não concordam?

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  11. Sabrina Nunes do Nascimento8 de junho de 2012 às 12:27

    Achei muito interessante a temática abordada na última aula, principalmente pela discussão levantada: a importância dos conhecimentos farmacocinéticos, demonstrando o importante papel do farmacêutico clínico nos ajustes da farmacoterapia de pacientes especiais. Os pacientes especiais - crianças, gestantes, obesos, idosos, nefropatas, etc - merecem uma atenção especial, uma vez que apresentam alterações fisiológicas que podem causar alterações farmacocinéticas na sua farmacoterapia. Concordo com a colocação do Tiago: "o sucesso terapêutico depende do estudo individualizado do quadro clínico de cada sujeito, bem como do seu perfil físico, seus hábitos e medicamentos que utiliza, fatores estes que podem influenciar sobre ação do medicamento no organismo". Sabendo que os medicamentos são eliminados via renal ou hepática, e que muitas vezes a função renal ou hepática de determinado paciente está comprometida (principalmente em idosos), o farmacêutico clínico pode atuar diretamente com o médico nos ajustes da farmacoterapia, diminuindo a dose ou aumentando o intervalo entre as doses. É importante sempre cuidar para que o paciente não ultrapasse a janela terapêutica para não apresentar efeitos adversos ou tóxicos e nem que fique abaixo da janela terapêutica, onde o medicamento não terá o seu efeito apresentado. E é exatamente neste ponto que entra a importância de carregarmos em nossa bagagem de conhecimento os principais conceitos que englobam a Farmacocinética.
    Quanto ao gráfico apresentado na última aula: Acredito que os pacientes 6 e 8 - que apresentam uma elevada concentração plasmática de lamotrigina quando comparados aos demais que receberam a mesma dose do fármaco – tiveram uma alteração na meia-vida do fármaco causada pela coadministração de outros fármacos, uma vez que sabe-se que a meia-vida da lamotrigina é influenciada pela coadministração de outros fármacos, como fenitoína, carbamazepina e valproato. Também, outra hipótese, seria de que estes pacientes apresentam insuficiência renal ou hepática, uma vez que sabe-se que em pacientes que apresentam algum tipo de falha renal ou hepática é necessário fazer o ajuste de doses deste fármaco.

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    1. Gabriella Calvi Sampaio11 de junho de 2012 às 10:27

      Em relação ao gráfico apresentado na última aula, eu concordo com a Sabrina sobre as hipóteses sugeridas aos pacientes 6 e 8, que apresentaram elevada concentração plasmática de lamotrigina.
      Achei bem interessante realizar essa análise do gráfico e fazer uma relação com a importância do farmacêutico clínico ter conhecimentos sobre farmacocinética.
      Esse conhecimento proporciona uma maior individualização do tratamento, tendo um olhar sobre as peculiaridades de cada indivíduo, principalmente nos pacientes especiais. Isso auxilia na elaboração de um esquema terapêutico mais individualizado, proporcionando ao paciente uma resposta adequada ao tratamento, que seja eficaz e segura. Para isso pode ser necessário ajuste de doses de certos medicamentos, alterar o intervalo entre as doses, entre outras medidas, sempre realizando essas intervenções juntamente com o restante da equipe de saúde, trabalhando em multidisciplinaridade.

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  12. Sobre os fatores que influenciam sobre a concentração plasmática da lamotrigina eu concordo com os colegas, por isso não irei repetir os pontos já postados aqui, entretanto gostaria de ressaltar que a concentração plasmática de lamotrigina é pouco influenciada pela carbamazepina, visto que a carbamazepina induz de forma significativa a isoforma CY3A4, que não é a via de metabolização da lamotrigina. Entretanto quando a lamotrigina é utilizada com ácido valpróico as concentrações plasmáticas aumentam de maneira expressiva, pois este inibe a principal via de metabolização da lamotrigina, que a UGT 1A4. Por esse motivo quando houver necessidade de associação desses fármacos a dose de lamotrigina deve ser reduzida pela metade, de acordo com o Protocolo Brasileiro de Epilepsia Refratária, de 2002.
    Abraço a todos e desejo uma excelente semana.

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  13. O farmacêutico clínico através do seu conhecimento em farmacocinética, deve ser capaz de identificar esses pacientes especiais e suas necessidades medicamentosas fazendo os devidos ajustes de doses se possível já no início do tratamento. Isso contribui para prevenção de uma toxicidade no caso de uma dose excessiva ou de que o fármaco não seja efetivo, caso a dose esteja abaixo da janela terapêutica. Em pacientes nefropatas e hepatopatas, por exemplo, a prevenção pode ser feita iniciando com concentrações menores e aumentando aos poucos, se necessário, já que as concentrações dos fármacos geralmente se apresentam aumentadas devido a uma diminuição da eliminação e/ou da metabolização destes.
    De acordo com os dados do gráfico podemos sugerir que o paciente 6 que, apesar de ter utilizado aproximadamente a mesma dose que os pacientes 5 e 7, apresenta uma concentração plasmática bem mais elevada, o que pode ser devido a uma insuficiência renal ou hepática. Pode também estar ocorrendo uma interação medicamentosa que esteja impedindo este fármaco de ser metabolizado, contribuindo para esse aumento na concentração.

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  14. Mariana Kliemann Marchioro10 de junho de 2012 às 20:46

    Acabei iniciando esta discussão na postagem anterior, como já trabalhei, como estagiária, na área de oncologia pediátrica e hoje realizo meu projeto de mestrado nesta área.

    O Farmacêutico Clínico, como os colegas já falaram, é quem detem o conhecimento sobre o medicamento, bem como a farmacocinética do mesmo. E por possuir este conhecimento é responsável pela terapêutica adequada do paciente. Devendo saber sobre as peculiaridades de cada paciente para avaliar a necessidade de ajuste de dose, através de cálculos de dose, de mudança de terapia, de avaliação do nível sérico. É o profissional farmacêutico o responsável por isso, e também é responsável por solicitar ao médico quando necessário as dosagens de nível sérico.

    Além disso, este grupo de pacientes usualmente faz uso de muitos medicamentos, o que aumenta as chances de interações tanto entre medicamentos quanto medicamento x alimento. Mas no caso da nossa discussão vou enfatizar as interações medicamentosas que, como o Leonardo já comentou, dependendo da sua farmacocinética podem levar a uma toxicidade ou inatividade de um ou de mais medicamentos. Assim, conhecer a farmacocinética é indiscutivelmente essencial a todos os Farmacêuticos, mas em especial aos Clínicos. O André trouxe uma reflexão importante e completa sobre os parâmetros farmacocinéticos que devemos levar em consideração os pacientes especiais em suas peculiaridades.

    Na área pediátrica, onde possuo vivência, a dosagem de nível sérico é muito importante, visto que muitos medicamentos possuem absorção limitada em crianças como, por exemplo, o voriconazol. Assim, a dosagem do nível sérico torna-se essencial para que possa ser realizado o ajuste de dose e o tratamento seja eficaz. Além disso, existem muitos medicamentos que não possuem muitos estudos em crianças, sendo utilizada uma extrapolação da dose dos adultos nessa população. Assim, é necessário que o Farmacêutico Clínico saiba sobre a farmacocinética destes medicamentos a fim de avaliar dosagens a serem utilizadas, evitando possíveis intercorrências.

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    1. Isabel Heinzmann Griebeler11 de junho de 2012 às 19:02

      Mari, lá no hospital estamos tentando implantar na pediatria a análise de prescrições quanto às incompatibilidades e as interações medicamento-medicamento e medicamento-alimento, assim como já estamos conseguindo fazer na UTI. Acredito que a pediatria realmente precisa desses cuidados, pois eu considero "um mundo a parte" que realmente precisa da intervenção de um Farmacêutico Clínico.

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    2. Mariana Kliemann Marchioro12 de junho de 2012 às 04:09

      Concordo contigo Bel, a pediatria é realmente "um mundo a parte", onde cada caso tem suas particularidades.

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  15. Considerando que um paciente nunca é igual o outro, o farmacêutico tem papel fundamental no tratamento aplicado, realizando o ajuste da dose quando pertinente.
    No gráfico podemos observar que foi administrado nos pacientes doses semelhantes do medicamento, no entanto, a concentração plasmática varia de acordo com as características de cada um, por exemplo, está mais elevada no paciente 6, o que pode ser um indicativo de insuficiência renal ou hepática. O ideal é conversar com o clínico para baixar a dose inicialmente e ver como o paciente reage, lembrando que é de suma importância a verificação das condições do paciente como peso e idade e também histórico das doenças preexistentes.
    Neste sentido, é de extrema importância o estudo e o conhecimento farmacoterapêutico do farmacêutico clínico para aplicar o tratamento e as doses mais adequadas para cada tipo específico de paciente.

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  16. O profissional farmacêutico é aquele que tem o conhecimento técnico para inferir como o medicamento pode ser afetado nas condições em que o paciente se encontra. Nesse sentido o farmacêutico deve considerar parâmetros farmacocinéticos e as possíveis alterações fisiológicas que podem vão caracterizar o paciente. Por exemplo, não se pode considerar uma criança como um pequeno adulto bem como não se pode achar que um obeso é somente um adulto maior. Sendo assim, o farmacêutico deve considerar cada caso especial e todas as peculiaridades do paciente para enfim fazer um ajuste de dose adequado, muito além de jogar números em uma fórmula matemática, mas sim avaliar como o padrão fisiológico e perfil do paciente vão alterar a resposta a terapia.

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  17. O farmacêutico é o especialista do medicamento. É o profissional de saúde que melhor conhece todo o ciclo de vida de um medicamento; conhece todo o circuito técnico - clínico do medicamento, desde a prescrição até à administração; conhece os mecanismos de prestar informação relacionada com medicamento, devido à sua experiência junto das equipes de saúde; conhece o medicamento podendo assim auxiliar o médico e o doente:
    • Protocolos clínicos; doses; interações; vias de administração; horários de administração; cuidados com a administração; forma de tomar; o que fazer em situações imprevistas (gravidez, vômitos, esquecimento na administração, reações alérgicas, etc.) e alternativas.
    Quanto ao gráfico apresentado na última aula, detenho a mesma opinião de muitos dos nossos colegas. Os pacientes 6 e 8 se destacam por possuírem uma elevada concentração plasmática do fármaco, sendo esse administrado na mesma dose para ambos os pacientes. Uma explicação seria a interação medicamentosa. Indutores enzimáticos (carbamazepina, fenitoína) diminuiriam concentrações plasmáticas do fármaco e os inibidores enzimáticos (ácido valpróico) aumentariam a concentração do fármaco. Por ser um medicamento metabolizado no fígado e por possuir excreção renal, a presença de insuficiência de algum destes órgãos alteraria a concentração plasmática, necessitando assim de um ajuste de dose.
    De acordo com Bates e Gawande (2003) mais de 600 medicamentos requerem ajustes de doses para diferentes graus de insuficiência renal.

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    1. Concordo com a Anelise, mas alem disto não podemos esquecer que cada organismo é diferente, o metabolismo hepático pelas enzimas do citocromo 450, que pode apresentar variáveis que alteram a concentração plasmática sendo mais rápida ou mais lenta. Alem de pessoas que usam outros fármacos ao mesmo tempo, como diuréticos e anti-hipertensivos. O monitoramento das doses utilizadas é a melhor forma de promover a cura destes pacientes e evitar um dano toxicológico.

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  18. Considerando todos os conceitos de farmacocinética e avaliando a posição clara e evidente do profissional farmacêutico, devemos verificar as condições fisiológicas do paciente, na minha opinião o paciente 6 pode ser um idoso e com complicações hepáticas, ou somente estar com complicações hepáticas, deixando evidente a diferença entre os pacientes 5 e 7.
    Abraços e Sucesso a todos.

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  19. Brunélly Ewald - UVV11 de junho de 2012 às 19:18

    Mais uma vez chegamos a conclusão de que o farmacêutico clínico desempenha uma importante função na farmacoterapia e que para isso deve dominar os conceitos de farmacocinética. Sabemos que mesmo os indivíduos considerados “padrão” (peso, idade, etc) respondem de forma um pouco diferente aos medicamentos. Mas essa resposta pode ser prevista em caso de pacientes especiais (idosos, nefropatas, hepatopatas, crianças, etc). Nesses casos, o farmacêutico é responsável por manter as concentrações do medicamento dentro da janela terapêutica.

    Quanto ao gráfico, concordo com os colegas que já comentaram que a dosagem sérica elevada do paciente pode ter relação com nefro ou hepatotoxicidade e interação com outros medicamentos.

    Um abraço a todos!

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  20. Como a maioria dos portadores de cuidados especiais (crianças, idosos, obesos, gestantes, nefropatas e hepatopatas)podem vir a utilizar uma grande variedade de medicamentos,devido às doenças associadas, vale a pena salientar a importância da atenção farmacêutica visando os benefícios que poderão ser observados através da melhora da sobrevida desses pacientes, uma maior aderência ao tratamento e a tentativa da melhora de todos os problemas que possam surgir relacionados com a terapia
    medicamentosa. E estes pacientes podem ter no farmacêutico uma segura fonte de informações de fácil acesso, para
    esclarecimento de dúvidas. Pelo o que eu posso ver, a atenção farmacêutica vem para viabilizar uma ação que possa suprir essa necessidade de maneira responsável e planejada.
    2- MATERIAIS

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  21. Com a aula de Farmácia Clínica para pacientes Especiais compreendemos a importância do conhecimento técnico para relizar os ajustes de doses de acordo com cada particularidade dos pacientes monitorados. Sim, sabemos que o farmacêutico deve realizar ajuste de dose de medicamentos,mas não é só isso, precisamos nos envolver também com o cuidado como um todo e com a adesão do paciente na terapia medicamentosa.

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  22. Alexandre F. Schmidt12 de junho de 2012 às 21:09

    Concordo com a Michele, mas também acredito que não fomos preparados (currículo antigo) pela faculdade para ter este acesso direto ao paciente, me refiro a entrevista farmacêutica, discussão com outros profissionais, ficamos muito na teoria. Na prática as coisas complicam bem mais. Fato, isto está mudando. Mas confesso que ainda fico receoso quando converso com um paciente e ele acaba achando que sou médico e esquece que sou farmacêutico, fico receoso do impacto desta nossa retomada de mercado frente aos outros profissionais da saúde.

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  23. Atualmente fala-se muito sobre o quanto cada organismo é diferente, cada um com sua metabolização, o que pode acabar afetando a absorção e atividade dos medicamentos. Mas a realidade é que ainda estamos muito longe de podermos individualizar as doses a partir desses parâmetros. Porém, os chamados pacientes especiais (obesos, idosos, crianças...) que apresentam uma metabolização diferenciada, mas já mais padronizada por grupo, podem ser amplamente benefeciados pela intervenção farmacêutica no ajuste de dose.
    Outro fator que talvez estejamos deixando de lado é a interação com outros medicamentos, idosos e obesos costumam estar em várias terapias, e o controle dos horários de administração dos medicamentos a fim de evitar interação medicamentosa deve ser feito, porém não de forma tão aleatória que faça com que alguns pacientes esqueçam o horário e a quantidade do medicamento. Então o mais importante seria o bom senso, tanto de médicos quanto de farmacêuticos

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  24. Concordo com os colegas a respeito da importancia do farmaceutico no ajuste de doses nos casos de pacientes especiais. Claro que não podemos generalizar e imaginar que o ajuste de doses é sempre constante e igual para todo um grupo. Os pacientes são diferentes uns dos outros, com peso e comorbidades que variam de individuo para individuo e todas essas caracteristicas são importantes e devem ser levadas em consideração. É por isso que a analise de exames laboratoriais e da evolução médica devem fazer parte da avaliação clinica do farmacêutico hospitalar. Outro ponto que já foi levantado pelos colegas é a deficiencia no nosso ensino a respeito da pratica de ajuste de doses. Muitos colegas afirmaram em aula que a disciplina de farmacocinetica da faculdade era bem limitada. De qualquer forma, existem diversas bases de dados e livros que abordam o uso de medicamentos para populações especificas (handbooks de neonatologia, geriatria, etc). Dessa forma, temos onde pesquisar e, sabendo onde procurar as informações, temos dados suficientes para conversar com o medico e sugerir certos ajustes de doses.

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  25. Quando se fala em farmacocinética o farmacêutico clínico é de grande importância dentro da equipe multiprofissional, e isto faz com que o farmacêutico venha sendo respeitado e solicitado por toda a equipe que trabalha com pacientes especiais. O ajuste de doses é quase sempre necessário nos pacientes especiais, embora muitos prescritores não o façam por total desconhecimento, quando tem um farmacêutico na equipe capacitado, os médicos se sentem mais seguros com o tratamento prescrito, personalizando a dose da medicação para cada paciente.

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