domingo, 27 de maio de 2012

Baseando-se no artigo “Influence of enzyme inducing antiepileptic drugs on the pharmacokinetics of levetiracetam in patients with epilepsy” (Freitas-Lima et al, 2011), qual a relevância da farmacocinética para a prática da Farmácia Clínica? Em que contexto ela se insere nas atividades no farmacêutico clínico?



38 comentários:

  1. Isabel Heinzmann Griebeler28 de maio de 2012 às 06:39

    Farmacocinética "é o caminho que o medicamento faz no organismo". Trata-se das etapas que o fármaco sofre no organismo: absorção,distribuição, biotransformação e excreção.
    Para a prática clínica, é fundamental o conhecimento de como os fármacos agem no organismo.Conforme Secoli, o uso concomitante de vários medicamentos, enquanto estratégia terapêutica, e o crescente número destes agentes no mercado são alguns dos fatores que contribuem para ampliar os efeitos benéficos da terapia, mas que também possibilitam a interferência mútua de ações farmacológicas podendo resultar em alterações dos efeitos desejados.

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  2. Gabriella Calvi Sampaio28 de maio de 2012 às 13:12

    Como a Isabel comentou, a farmacocinética compreende as etapas de absorção, distribuição, biotransformação e excreção dos fármacos no organismo. É fundamental o farmacêutico entender sobre a farmacocinética dos medicamentos na prática clínica, pois é nosso papel o acompanhamento da farmacoterapia do paciente.

    A farmacoterapia envolve o uso de medicamentos que podem ter interações, como por exemplo o artigo apresentado, que mostra uma indução enzimática provocada por alguns fármacos que afetam a farmacocinética de outro fármaco, o que pode causar prejuízo na ação do medicamento no paciente. O farmacêutico precisa conhecer a farmacocinética dos fármacos para intervir nesse tipo de situação, auxiliando no sucesso da farmacoterapia do paciente, diminuindo o tempo de internação hospitalar, reduzindo custos, entre outros, sempre tendo como foco a qualidade de vida do paciente.

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  3. Gabriella Calvi Sampaio28 de maio de 2012 às 13:13

    Como a Isabel comentou, a farmacocinética compreende as etapas de absorção, distribuição, biotransformação e excreção dos fármacos no organismo. É fundamental o farmacêutico entender sobre a farmacocinética dos medicamentos na prática clínica, pois é nosso papel o acompanhamento da farmacoterapia do paciente.

    A farmacoterapia envolve o uso de medicamentos que podem ter interações, como por exemplo o artigo apresentado, que mostra uma indução enzimática provocada por alguns fármacos que afetam a farmacocinética de outro fármaco, o que pode causar prejuízo na ação do medicamento no paciente. O farmacêutico precisa conhecer a farmacocinética dos fármacos para intervir nesse tipo de situação, auxiliando no sucesso da farmacoterapia do paciente, diminuindo o tempo de internação hospitalar, reduzindo custos, entre outros, sempre tendo como foco a qualidade de vida do paciente.

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  4. Para que o farmacêutico clínico possa compreender sobre o tratamento medicamentoso do paciente e, então, consiga intervir de forma eficaz sobre a medicação administrada, os hábitos alimentares e o estilo de vida, é fundamental que esse profissional conheça minuciosamente a dinâmica dos fármacos no organismo e entenda como ocorre a absorção, a distribuição, a biotransformação e a excreção dos princípios ativos. Assim, justifica-se a necessidade de que o farmacêutico clínico tenha amplo domínio sobre a farmacocinética.
    Este conhecimento, quando bem "sedimentado" no farmacêutico, pode representar um diferencial que incentive a inserção desse profissional nas equipes de saúde, o qual poderá contribuir para o alcance de resultados terapêuticos mais satisfatórios.
    Também para a orientação e acompanhamento de pacientes é imprescindível ao farmacêutico compreender como os fármacos se comportam após administrados, o que permitirá ao profissional previnir reações adversas e corrigir problemas relacionados aos medicamentos.

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  5. A farmacocinética é a área da farmácia que, como citado pela colega, estuda o caminho que o medicamento percorre no organismo, desde sua administração até sua eliminação, sendo fundamental seu conhecimento aprofundado para aplicação na farmácia clínica.
    Na prática da Farmácia Clínica, uma das principais funções exercidas pelo farmacêutico é conhecer a farmacocinética dos medicamentos, visando orientar os pacientes referente a ação esperada do medicamento, a interação com outros medicamentos, formas que potencializam ou amenizam seus efeitos, vias de eliminação, bem como os possíveis efeitos colaterais.
    Lendo o artigo podemos verificar que, muitas vezes, o uso concomitante de duas substâncias pode influenciar na ação esperada e na sua metabolização no organismo, sendo necessário, por parte do farmacêutico, possuir conhecimentos farmacocinéticos, os quais terão grande valia na farmácia clínica, em vários aspectos.

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  6. Karla Cassaro

    A farmacocinética é tão importante para a farmácia clínica, que na minha opinião, sem ela não há a farmácia clínica. Nós sabemos que sem esse conhecimento dos caminhos que a droga vai percorrer no organismo e como a interação se dará é de fundamental importância para que a terapia surta efeito. Por isso, acho importante termos um conhecimento bem aprofundado sobre o assunto.

    Então,saindo um pouco de foco, gostaria de dividir com vocês um artigo que irei apresentar mês que vem sobre a edução farmacocinética nas universidades de farmácia. É incrível o que podemos fazer. No caso deste artigo ele fala de técnicas para fazer jogos que incentivam os alunos a estudar e APRENDER de verdade. O artigo é o seguinte: Multi-faceted Approach to Improve Learning in Pharmacokinetics de Adam M. Persky, PhD. Eu achei interessantíssimo e eu e meu parceiro ainda bolamos um jogo para fazer no dia da apresentação do trabalho! Se quiserem saber mais depois é só perguntar.

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    1. Oi Karla!!! Tudo bom? Gostaria sim de mais informações a respeito!! Como você vai fazer as brincadeiras?

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    2. Karla Cassaro: então, nós criamos um Super Trunfo com as moléculas de medicamentos usados para hipertensão e usamos parâmetros de farmacocinética como biodisponibilidade, duração da ação, dose média e etc. para que os alunos, além de aprenderem a farmacocinética, se familiarizem ainda com as moléculas dos medicamentos. Ficou bem interessante.Acho que no futuro, poderemos fazer um com as interações, porém demanda um pouco mais de estudo! Vamos aprimorar né! Abraço a todos e até mais tarde!

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    3. Olá, Karla! Me interessei muito por essa atividade que vocês estão propondo, é muito importante se investir em maneiras diferentes e efetivas de se ensinar. Depois da sua aula, se você puder compartilhar sobre sua atividade, vai ser muito enriquecedor para o grupo!
      Um abraço e bom trabalho!

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  7. Olá Karla, obrigado por compartilhar o artigo, vou ler e depois podemos discutir. Um abraço e bons estudos.

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  8. Sabrina Nunes do Nascimento28 de maio de 2012 às 18:38

    A farmacocinética é uma das áreas da farmácia mais relevantes e de fundamental importância para a atuação do farmacêutico clínico, afinal é uma área onde apneas nós farmacêuticos conhecemos, estudamos a fundo e temos o dever de compreender para podermos intervir na farmacoterapia dos pacientes, seja no âmbito hospitalar, drogarias, postos de saúde, entre outros. A farmacocinética compreende, basicamente, o conhecimento sobre "o que o organismo faz com o fármaco", como disse a colega Denise: é o caminho que o medicamento percorre por todo nosso organismo, compreendendo as etapas de absorção, distribuição, biotransformação e excreção do mesmo. O conhecimento da farmacocinética de um fármaco é essencial para compreendermos como se chegou às doses recomendadas, otimizando o seu uso e entendendo suas limitações. Uma das limitações foi citada no artigo proposto pela disciplina, onde a concentração plasmática de um fármaco foi influenciada pela indução enzimática provocada pelo uso concomitante de outros fármacos. Sendo assim, é nosso dever estudarmos e conhecermos a farmacocinética dos medicamentos, para que possamos interferir na farmacoterapia de um paciente quando acharmos necessário, podendo discutir com o médico sobre a melhor forma de tratamento dos pacientes, sempre levando-se em conta a sua qualidade de vida, custos, entre outros fatores relevantes.

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  9. Complementando os comentários já feitos, o conhecimento da farmacocinética dos medicamentos é de especial importância quando se fala em multi-terapia, muito comum no cenário atual, onde o próprio tratamento medicamentoso de algumas doenças,leva à necessidade da administração de novos medicamentos.
    Porém, acho importante ressaltar que as informações e dados clínicos que levem a modificações na farmacoterapia dos pacientes sejam bastante concisos, diferente do que é apresentado no artigo, onde são deixados muitos "talvez" e poucas certezas sobre o real efeito da interação entre o levetiracetam e antiepiléticos indutores de enzimas.

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  10. A farmacocinética corresponde um forte pilar que sustenta as ações da Farmácia Clínica. Pois analisando-se o contexto de atuação do farmacêutico clínico podemos observar que o conhecimento sobre farmacocinética se faz necessário em todas as áreas de atuação desse profissional.

    Analisando a segunda pergunta desta discussão e refletindo um pouco sobre as necessidades do conhecimento sobre farmacocinética, por parte do farmacêutico clínico, podemos observar a aplicabilidade em diversos contextos de atuação, dentre eles podemos citar:

    1. Na dispensação de um medicamento no balcão de uma drogaria: se o farmacêutico não souber orientar sobre a possibilidade de interação de um fármaco X com um antiácido, por exemplo, a fase de absorção pode ser prejudicada por alteração da ionização e consequentemente da lipossolubilidade, alterando a biodisponibilidade do fármaco.

    2. Em um Centro de Informações de Medicamentos (CIM) e/ou em um serviço de farmácia clínica em um hospital: é essencial o conhecimento sobre os parâmetros que afetam a distribuição dos fármacos pelos tecidos, como a porcentagem de ligação a proteínas plasmáticas e lipossolubilidade. Pois sabendo-se a interpretação desses parâmetros é possível analisar, por exemplo, se o fármaco tende a se acumular em tecidos adiposos e consequentemente prever o aumento da meia-vida de eliminação em pacientes idosos (que possui maior porcentagem de tecido adiposo em relação ao adultos). Esses parâmetros também são essenciais em casos de pacientes com redução da concentração das proteínas plasmáticas, principalmente albumina.

    3. Em estudos clínicos: o artigo apresentado demonstra muito bem a importância dos conhecimentos sobre farmacocinética, principalmente as fases de metabolização e excreção (um importante campo de atuação do farmacêutico clínico).

    4. Análise de prescrição em serviços de farmácia hospitalar e farmácias ambulatoriais: A maioria das interações potencialmente perigosas são oriundas de interações farmacocinéticas, dessa forma o farmacêutico clínico não conseguirá exercer uma análise de prescrição a fim de identificar uma possível interação medicamentosa se ele não conhece a via de metabolização dos fármacos, pois as interações influenciarão diretamente sobre vários parâmetros farmacocinéticos, como cleareance e meia-vida de eliminação, como demonstrado no artigo, podendo ocorrer um aumento ou uma redução da concentração plasmática do fármaco, gerando consequências clínicas que podem prejudicar o tratamento do paciente. Como estamos falando de antiepiléticos podemos exemplificar o uso de ácido valpróico (potente inibidor da UGT) juntamente com a lamotrigina (UGT é a principal via de metabolização), essa associação aumenta a concentração plasmática da lamotrgina em mais de 100%, exigindo assim uma redução significativa (+/-50%) na dose utilizada pelo paciente, para se evitar reações adversas graves.

    Esses contextos exemplificam a necessidade dos conhecimentos sobre farmacocinética para atuação como farmacêutico clínico.
    Um abraço a todos, bons estudos e vamos nos falando...

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  11. Anaí Nicoli Cabral29 de maio de 2012 às 08:13

    Bom dia a todos, com base na publicação do André, o ato de dispensar é tão importante que não caberia dizer ato e sim um processo, pois ao realizarmos esse processo estamos contribuindo para a melhoria da saúde de um enfermo e como podemos contribuir quando não sabemos o caminho que o fármaco percorre no organismo? Como podemos passar uma segurança ao nosso paciente sem termos o devido conhecimento? A farmacocinética está totalmente ligada ou diria antecede a farmácia clínica, pois precisamos desse conhecimento para aliviar não somente as dores físicas mas também aliviar as dúvidas dos pacientes, evitando uma futura automedicação.
    Abraços e Sucesso!

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  12. Boa tarde a todos. Gostaria de acrescentar a discussão também algo importante ao se discutir farmacocinética no âmbito hospitalar: o laboratório de farmacocinética. Não podemos esquecer que os organismos possuem variações de metabolização das mais diferentes substâncias, e que outras condições fisiológicas e medicamentos, aliados a estas predisposições tornam a farmacocinética de um fármaco único em cada paciente. Por isso a análise da farmacocinética deve ser feita individualmente, e nem sempre em base de conhecimentos prévios. Nem todos os hospitais possuem um centro específico para a realização deste acompanhamento, e cabe também ao farmacêutico clínico cobrar e criar maneiras para a efetivação deste setor no hospital.
    Outro assunto relevante é que muitos programas de acreditação hospitalar já incluem em suas avaliações a presença de farmacêuticos clínicos por leito, o que mostra a grande importância deste profissional para o sistema de saúde.

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    1. Achei muito pertinente, Rodrigo, você nos lembrar que a cinética de um fármaco não é igual para todos os pacientes.
      Na prática da Farmácia Clínica é muito importante ao farmacêutico saber analisar o perfil do paciente e a terapia medicamentosa prescrita de maneira diferenciada e particular, não tecendo generalizações sobre os parâmetros que dizem respeito à passagem do fármaco pelo organismo, para assim planejar interferências que conduzam aos bons resultados da terapêutica. Afinal de contas, a idade desse indivíduo, seu sexo, peso corporal, hábitos de vida (tabagismo, consumo de álcool) e o uso de outros medicamentos podem influenciar sobremaneira sobre os parâmetros farmacocinéticos, além do que a presença de patologias tais como disfunções hepáticas, insuficiência cardíaca, infecção, queimaduras graves, febres e anemias podem influenciar sobre a curva cinética, aumentando a meia vida do fármaco no organismo e consequentemente afetando o efeito do medicamento.

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  13. Concordo com os colegas a respeito da relevância da Farmacocinética para a prática clínica. Essa área do conhecimento é um dos pilares essenciais para que se possa construir uma farmacoterapia racional e mais eficiente para o paciente. É extremamente necessário conhecer a cinética dos medicamentos e é só através dela que conseguimos entender como o medicamento percorre no organismo e em que situações é importante e possível agir oferecendo ao prescritor uma sugestão, como por exemplo a troca de horários de administração, para que os vários medicamentos utilizados pelo paciente não interajam entre si, prejudicando o tratamento. Além disso, a literatura relata a existência de indivíduos com diferentes respostas a um mesmo medicamento por serem "metabolizadores lentos ou rápidos", bem como a influência de fármacos que agem como indutores enzimáticos e que acabam por alterar a concentração sérica requerida para o medicamento ter seu efeito esperado. O artigo que nos foi colocado para leitura é um exemplo da importância da Farmacocinética para a clínica. Sou da opinião de que, embora nossa formação tenha uma disciplina de farmacocinética, poderiam existir cursos de especialização na área, para que o farmacêutico clínico pudesse ter uma formação mais especializada bem como para que o mesmo pudesse aplicar mais facilmente estes conhecimentos no dia-a-dia. Eu desconheço cursos de farmacocinética clinica no Brasil. Alguém sabe se existem?

    Abraço, Giovanna W. Negretto.

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    1. Oi Giovanna, realmente principalmente dentro do ambiente hospitalar podemos através da Cinética dos medicamentos sugerir os horários e os aprazamentos adequados dos medicamentos prescritos vizando o uso seguro e racional dos mesmos. Acho que a Farmacocinética é uma área pouco explorada, inclusive na graduação em algumas universidades e eu tbém desconheço se existem cursos nesta área.

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  14. Ola Pessoal,

    Concordo com os colegas sobre a importância dos conhecimentos farmacocinéticos para subsidio ao desenvolvimento das atividades clinicas...estes darão repostas praticas e guiarão ações clinicas, ou melhor, as possipveis condutas e intervenções no processo de cuidado...o conhecimento da cinética dos medicamentos que paciente esta usando lhe dará subsidios por exemplo para ações de aumento de dose e diminuição de dose por exemplo em diversos aspectos como nas etapas biotransformação com os indutores e inibidores enzimáticos, ou na influencia sobre a excreção de medicamentos...As informções farmacocinéticas principalmente de pacientes em politerapia são cruciais para melhor decisão clinica para os casos especificos dos pacientes...

    Abraços

    Leonardo Kister/UFBA

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  15. Rita Elena de Abreu Engel29 de maio de 2012 às 10:44

    Concordo com o descrito pelos colegas. A farmacocinética é fundamental para o cotidiano da farmácia clínica, principalmente para poder compreender se aquele medicamento está sendo efetivo ou não. A partir dos parâmetros de absorção, distribuição, metabolização e excreção, o farmacêutico pode comparar diferentes grupos estudados e determinar o melhor tratamento.
    Uma das áreas que deve ser aprofundada é a farmacogenética, para que a cada dia a dose seja individualizada dependendo das características do paciente.

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  16. A farmacocinética clínica é um dos pré- requisitos para a implantação da Famácia Clínica, desta forma quando realizamos a monitorização terapêutica dos fármacos garantimos o uso racional dos medicamentos prescritos pelo médico, assim como avaliar criticamente e com embasamento técnico os pacientes críticos, idosos, crianças, nefropatas... em uso de politerapias.

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    1. Guilherme Borges Bubols1 de junho de 2012 às 18:51

      Oi Michele, achei muito pertinente a tua inclusão da monitorização terapêutica no contexto desta discussão. Que o conhecimento de farmacocinética é fundamental para a Farmácia Clínica acho que está mais do que provado, realmente. Mas vejo que nossa atuação clínco-laboratorial também pode trazer informações preciosas para a conduta clínica em diversos pacientes (sejam adultos, idosos, crianças etc) que fazem uso de fármacos de estreita janela terapêutica, onde o controle dos níveis séricos é uma ferramenta necessária para uma farmacoterapia adequada através do ajuste de dose, por garantir níveis terapêuticos ao longo do tratamento e promover um uso racional e redução de eventuais efeitos adversos ou tóxicos.

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  17. Gabriela Göethel - UFRGS29 de maio de 2012 às 12:59

    A farmacocinética é definida como o estudo quantitativo do desenvolvimento temporal dos processos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção dos fármacos. Nestes estudos, os teores dos fármacos e seus metabólitos no organismo são determinados, permitindo a obtenção de importantes dados sobre estas substâncias. Além disso, a farmacocinética pode ter uma grande utilidade clínica , sendo útil na aplicação dos princípios farmacocinéticos de manejo e ajuste da terapêutica em diferentes pacientes, e isto é o que constitui a farmacocinética clínica.

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  18. Brunélly Ewald - UVV29 de maio de 2012 às 14:00

    Como mencionado por vários colegas, a farmacocinética compreende as etapas do “caminho” do medicamento desde sua absorção até a eliminação. É de extrema importância que os farmacêuticos conheçam cada uma dessas etapas. Mas, só saber dos conceitos de farmacocinética não é o suficiente. É preciso saber aplicar isso na prática clínica. Como já comentado, é necessário conhecer as características do paciente (que podem influenciar na “passagem” do medicamento pelo organismo, como idade, função renal e hepática, entre outras), interações com outros medicamentos, etc. Infelizmente não vejo isso ser avaliado na farmácia comercial, por exemplo. Acho que fica um pouco restrito ao ambiente hospitalar, mas deveria ocorrer em todas as áreas do atendimento farmacêutico de maneira a melhorar o tratamento farmacológico e a qualidade de vida de nossos pacientes, além de otimizar custos.


    Um abraço a todos,
    BRUNÉLLY

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    1. Bruna Ruzza Monteguti5 de junho de 2012 às 17:24

      Olá! Pensando no seu comentário Brunelly ...” acho que fica um pouco restrito ao ambiente hospitalar...”, resolvi escrever sobre a aplicação da farmacocinética e atuação do farmacêutico clinico no contexto da saúde pública.
      Onde se aplica?
      Na dispensação, no acompanhamento ao paciente, na elaboração de protocolos clínicos, nas revisões de Remumes.

      Temos nas Comissões de Farmácia e Terapêutica um bom espaço para aplicar os conhecimentos de farmacocinética – selecionar os medicamentos essenciais a serem utilizados no sistema e assessorar nas questões referentes a medicamentos.

      Na composição das equipes do NASF , onde o farmacêutico pode se fazer presente, temos a possibilidade de realizar intervenções referentes ao tratamento farmacológico em conjunto com outros profissionais, agregando conhecimento farmacêutico à terapia, visando um maior cuidado ao paciente.

      Nas questões referentes à judicialização: novas tecnologias são lançadas diariamente declaradas melhores que outros produtos: como justificar seu uso em relação a eficácia, efetividade e segurança? Mais uma vez a farmacocinética se aplica.

      Abraços,
      Bruna

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  19. Paola de Andrade Mello29 de maio de 2012 às 18:36

    A preocupação com a farmacocinética e a interação entre os medicamentos são a essência do farmacêutico!!!Convivemos com isso durante o nosso dia-a-dia, já que a polifarmácia é comum e muitas vezes necessária. No meu caso, que trabalho no setor de oncologia, os medicamentos são utilizados em associação justamente para potencializar o tratamento e as suas doses são calculadas de acordo com a superfície corpórea. Como os pacientes, devido a doença e aos próprios efeitos colaterais da quimioterapia, acabam perdendo peso, a dose deve ser constantemente ajustada. É aí que nos inserimos, junto a equipe multidisciplinar, na revisão e ajuste de doses. Ainda, temos que levar em consideração o uso de outros medicamentos, ervas e terapias alternativas que são muito utilizadas por esse tipo de paciente. São nesses casos especiais que vamos aos poucos ganhando espaço e mostrando a nossa capacidade e importância no sucesso da terapia :)

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  20. Vanessa Santana Gomes-UFRGS29 de maio de 2012 às 18:49

    Concordo com os colegas Nathalie quando ressalta a importancia do estudo da farmacocinética especialmente em pacientes mais graves em uso de politerapia medicamentosa e com várias patologias associadas, onde o mal uso dos medicamentos pode agravar ainda mais a situação de saúde destas pessoas. Também concordo com o Rodrigo quando diz que tais parâmetros devem ser avaliados individualmente, pois diferem de pessoa para pessoa, onde o peso, a idade e a situação de saúde são determinantes. Acredito ser de grande importancia essa nossa discussão, mas lamento, pois na época da graduação, ao menos no meu caso, esses debates que ultrapassavam a barreira de conhecimento entre uma disciplina e outra eram difíceis de acontecer. Talvez os currículos dos cursos de farmácias possam ter melhorias neste sentido, para que as disciplinas não tratem de conhecimentos isolados e para que o aluno consiga fazer essas correlações o mais cedo possível, favorecendo o seu aprendizado e a sua futura prática profissional.

    Boa semana a todos!!
    Abraços

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    1. De fato, Vanessa, é necessário uma adequação dos currículos bem como uma mudança de postura dos professores em não apenas lecionar isoladamente os conteúdos de sua disciplina, mas sim contextualizá-los à prática da profissão de forma a relacioná-los aos demais conceitos estudados nas outras disciplinas. Isso permitirá aos alunos construir o conhecimento e perceber melhor o contexto da prática farmacêutica.

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  21. O conhecimento da Farmacocinética torna o Farmacêutico o único profissional capaz de lidar exatamente com o momento terapêutico dos pacientes, assim tornando-o indispensável quando se deseja obter uma terapêutica com menos efeitos tóxicos ao organismo e melhor prognóstico. Atuando em equipe e pelas análises avaliando a absorção, distribuição, biotransformação, excreção dos fármacos, o clearence, a biodisponibilidade entre outros, é possível planejar um plano terapêutico onde o paciente é visto como único. Assim como a tecnologia mecaniza os processos, precisamos nos modernizar, e na terapêutica tudo se encaminha para a individualização dos tratamentos ao paciente, seja pela farmacogenética, ou pela avaliação de metabolismo/expressão deste, assim como farmacêutico clinico é necessário se manter atualizado com as novas estratégias ao tratamento, para oferecer um melhor tratamento melhorando a qualidade de vida aos pacientes.

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  22. A farmacocinética é compreendida como o estudos dos processos de absorção, distribuição, metabolismo e excreção de um fármaco pelo organismo e o modo pelo qual esses processos determinam seu destino. Já a farmacocinética clínica estuda a aplicação dos conceitos de farmacocinética a pacientes de maneira individual com a finalidade de se obter um manejo seguro e terapeuticamente efetivo dos medicamentos. Observar os parâmetros farmacocinéticos (meia-vida de eliminação, Volume de distribuição, Clearence renal e hepático, área sob a curva) são muito importantes para adequar o fármaco e a dose ou intervalo de dose para cada paciente. Isso fica ainda mais relevante para pacientes especiais que possuem esses parâmetros alterados como crianças, idosos, hepatopatas, nefropatas, obesos, entre outros. Assim torna-se fundamental que tenhamos destreza para trabalhar com a farmacocinética que é uma área de expertise do farmacêutico. Dessa forma podemos contribuir enormemente para o cuidado em saúde reduzindo a exposição dos pacientes a efeitos tóxicos e reações adversas evitáveis. Concordo com alguns colegas que seria muito interessante associar a farmacocinética clínica a farmacogenética, isso possibilitaria um ganho muito significativo na qualidade de vida de todos que necessitando administrar algum fármaco, principalmente para os polimedicados, que apresente um risco muito maior de exposição a eventos indesejáveis.

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  23. A farmacocinética apresenta um papel de grande importância para a prática da Farmácia Clínica na medida em que permitem que o tratamento oferecido ao paciente seja individualizado, levando a uma maior eficácia e uma menor toxicidade da terapia medicamentosa. A maioria dos indivíduos apresentam efeitos benéficos quando as concentrações séricas do fármaco estão dentro da faixa terapêutica, entretanto vários fatores devem ser considerados no momento da escolha da melhor dosagem para o paciente, como já discutido por vários colegas aqui no blog, fatores como a idade, sexo, peso, tratamento com outros medicamentos que podem causar interação, algumas doenças dentre outros, podem levar a alterações dos parâmetros farmacocinéticos ocasionando falha do tratamento. O farmacêutico clínico se insere neste contexto quando usando seus conhecimentos consegue prever e evitar esses possíveis erros, já que na maioria das vezes são evitáveis e essa sua função não se restringe apenas aos hospitais, mas também a farmácias e drogarias como discutido acima pelo André.

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  24. Mariana Kliemann Marchioro3 de junho de 2012 às 20:23

    Concordo com os colegas que a farmacocinética tem um papel importante e até diria essencial na prática da Farmácia Clínica. Visto que está relacionado com toda "ação" do medicamento no organismo do usuário. Assim, conhecendo a farmacocinética dos medicamentos podemos inferir sobre interações e uso dos medicamentos, observado o estado clínico do paciente, sabendo que alguns medicamentos não podem ser utilizados em determinadas patologias.

    Gostei muito da análise do André, acho que ele conseguiu sintetizar muito bem os principais usos da farmacocinética na Farmácia Clínica como um todo. Acrescento a síntese dele a importância na pediatria, onde muitos medicamentos são metabolizados de forma diferente da que ocorre nos adultos, necessitando, assim, um acompanhamento farmacocinético, através do nível sérico, para controle e ajuste de dose, caso necessário.

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  25. A compreensão mais profunda dos conceitos básicos que envolvem a farmacocinética permite entender o por quê de alguns paradoxos e de algumas respostas à terapêutica aparentemente desconexas, com as quais nos deparamos no dia-a-dia e que por desconhecimento não questionamos algumas causas, por vezes, bem mais simples do acreditamos.
    Hoje é preciso conhecer bem esta relação homem x medicamento, de acordo a melhor utilizar esta ciência, buscando um uso seguro e consciente dos medicamentos em benefício de todos.

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  26. Fábio Pinheiro de Souza5 de junho de 2012 às 06:46

    A FARMACOCINÉTICA EXERCE UM PAPEL IMPORTANTÍSSIMO NA PROMOÇÃO DA EFICÁCIA DOS FÁRMACOS AO FORNECER RELAÇÕES QUANTITATIVAS ENTRE A EFICÁCIA E A DOSE UTILIZADA.
    O CONHECIMENTO DA RELAÇÃO ENTRE A EFICÁCIA E AS CONCENTRAÇÕES DOS MEDICAMENTOS NOS FLUIDOS BIOLÓGICOS PERMITE AO CLÍNICO LEVAR EM CONSIDERAÇÃO AS CARACTERÍSTICAS FISIOLÓGICAS OU PATOLÓGICAS DE UM PACIENTE, O QUE O TORNA DIFERENTE DOS INDIVÍDUOS NORMAIS NA RESPOSTA A UMA DETERMINADA DOSE DE UM FÁRMACO.

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  27. Na prática da farmácia clínica o farmacêutico deverá levar em consideração cada paciente de maneira separada, pois como sabemos cada um pode responder de diferentes maneiras ao medicamento, principlamente tratando-se de pacientes especiais. Por isso, penso que na prática o farmacêutico deve ter uma relação de confiança com o paciente para poder avalia-lo melhor. O paciente deve se sentir conformtável a ponto de dizer para o farmacêutico clínico todos os medicamentos que está fazendo uso, pois como mostra no artigo podemos verificar que às vezes o uso concomitante de duas substâncias pode influenciar na ação esperada também na sua metabolização no organism. Sendo assim, é muito importante o farmacêutico possuir conhecimentos farmacocinéticos, os quais terão grande importância e valor não só farmácia clínica, mas também na dispensação de medicamentos.

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  28. O farmacêutico está inserido na equipe de saúde como o profissional detentor de conhecimentos especializados sobre medicamentos. Nesse contexto, cabe a esse profissional entender e usar de seu conhecimento para garantir que a dose prescrita ao paciente seja aquela suficiente para que se tenha um efeito terapêutico eficaz e eficiente. Assim, o farmacêutico dotado de conhecimento de farmacocinética sabe que muitos fatores podem interferir na resposta do paciente ao tratamento. Por exemplo, pode ocorrer mudanças na taxa de absorção variando em função da fisiologia do paciente, também a própria estrutura e composição do corpo e a distribuição dos fluidos no mesmo, a taxa de ligação do medicamento a proteínas plasmáticas e tecidos, a taxa de eliminação do fármaco no organismo, a interação do fármaco como o receptor e o estado funcional da molécula em si, dentre outros são fatores que interferem na ação do fármaco. Sendo que tudo isso é modificável por variáveis psicológicas, patológicas e genéticas. Assim o farmacêutico é o profissional habilitado para considerar como esses fatores interferem na farmacoterapia do paciente e o que é possível se fazer para melhorar a resposta do paciente ao tratamento.

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  29. Alexandre F. Schmidt12 de junho de 2012 às 20:59

    Normalmente no ambiente hospitalar enfrentamos uma grande dificuldade, lidamos com equipes especializadas... cardio, neuro, gastro e consequentemente especializados nos medicamentos que prescrevem em suas áreas. O desafiador para o farmacêutico neste contexto é ter que saber um pouco de tudo, até por ter que caminhar nestas diferentes situações corre o risco de parecer superficial, pois ainda não possuímos farmacêuticos clínicos especializados em diversas áreas, assim, por vezes temos que abraçar tudo. Acredito que o estudo da farmacocinética pode nos dar este diferencial, pois normalmente o médico sabe prescrever mas a avaliação da segurança e efetividade deste medicamento só será realmente feita quando esta prescrição for elaborada com a presença de um farmacêutico.

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  30. Posso dizer que a farmacocinética é um componente essencial no meu trabalho de farmácia clínica em geriatria. Visto que com o envelhecimento ocorre:
    diminuição da produção da saliva, diminuindo assim a velocidade de absorção de medicamentos pela mucosa bucal
    aumento do PH gástrico, diminuindo a absorção do cálcio, ferro, ...
    diminuição do esvaziamento gástrico e da motilidade gastrointestinal, diminuindo a velocidade da quantidade absorvida de alguns fármacos
    menor fluxo vascular muscular, diminuindo significativamente a absorção intramuscular

    aumento do tecido adiposo, aumentando o volume de distribuição dos fármacos lipofílicos
    diminui a massa magra muscular, aumentando o nível plasmático de fármacos que se distribuem no músculo
    diminui a quantidade de água corporal, diminuindo o volume de distribuição de fármacos hidrofílicos (cuidado com as doses de ataque)
    diminui a albumina em 10 a 20%, aumenta a fração livre de fármacos que se unem a albumina,
    diminui o fruxo sanguineo hepático, aumentando a biodisponibilidade de fármacos fluxo dependentes (propranolol, morfina, nifedipino...)
    diminuição da massa hepática, diminuindo o clerance de fármacos fluxo independentes

    diminuição do fluxo sanguineo renal como massa e função renal, diminuindo a eliminação renal e aumento da meia vida e níveis plasmáticos, acúmulo de doses de medicamentos eliminados por essa via
    menos capacidade de reter sódio e agua, aumentando a perda de eletrólitos e aumenta a capacidade de respostas aos diuréticos

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