domingo, 29 de abril de 2012

O que é Farmácia Clínica?


Farmácia Clínica, por Robert Miller (1968)

“área do currículo farmacêutico que lida com a atenção ao paciente com ênfase na farmacoterapia, desenvolvendo uma atitude orientada ao paciente, tornando-se necessário desempenhar habilidades de comunicação interprofissional e com os pacientes, tendo como objetivos:

- aplicações clínicas dos conceitos farmacológicos,
- conhecimento sobre diagnósticos, principalmente quando relacionados à farmacoterapia,
- desenvolver habilidades de interação com o paciente e com outros profissionais,
- conscientizar o paciente de sua responsabilidade na utilização dos medicamentos,
- integrar os conhecimentos adquiridos,
- conscientizar os farmacêuticos de sua responsabilidade na farmacoterapia.”



Você concorda com esta definição de Robert Miller? Participe.

51 comentários:

  1. Analisando este conceito observa-se que a Farmácia Clínica é uma Ciência essencial para o farmacêutico clínico exercer a prática da Atenção Farmacêutica.

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  2. Não faltou neste conceito o conhecimento da fisiopatologia das enfermidades? Ou este item está incluso em "aplicações clínicas dos conceitos farmacológicos"?

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    1. Para a prática da Farmácia Clínica são necessários conhecimentos acerca de fisiologia, patologia, farmacologia, análises laboratoriais (e outros). Será que "aplicações clínicas dos conceitos farmacológicos" não seria muito restrito?

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  3. Ampliando um pouco mais a discussão aqui do Blog (que aliás, eu gostaria de parabenizar pela iniciativa!), Holland & Nimmo em 1999 apresentaram algumas definições sobre as práticas farmacêuticas, e que valem a pena conferir. Ali, os autores se referem ao papel do Farmacêutico na prática da Farmácia Clínica como sendo a contribuição que nós profissionais podemos oferecer à equipe médica/hospitalar durante o manejo terapêutico de um paciente, provendo serviços especializados em medicamentos, como por exemplo: a informação específica e idônea sobre os medicamentos, a dosagem e análise farmacocinética, a coleta da história medicamentosa, a análise do usuário de medicamentos. (Vejam: Holland RW, Nimmo CM. Transitions, part 1: Beyond pharmaceutical care. AM J Health-Syst Pharm. 1999; 56:1758-64).

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  4. Concordo com a definição de Miller, a qual se apresenta mais ampla que o conceito definido pela OMS (1994) em cujo o termo "Farmácia Clínica" é explicado como uma especialidade da área da saúde que descreve a atividade e o serviço do farmacêutico clínico para desenvolver e promover o uso racional e apropriado dos medicamentos e seus derivados.
    No entanto, penso que à definição de Miller poderia ser acrescido a necessidade de que o farmacêutico receba formação especializada e/ou treinamento estruturado para desenvolver eficientemente esta competência, conforme proposto pela Associação Americana dos Farmacêuticos Hospitalares (OMS, 1994).

    ______________________
    ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS). The role of the pharmacist in the health care system. Geneva: OMS, 1994.

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    1. Pela discussão ocorrida em nossa primeira aula de Farmácia Clínica, foi possível observar que há de fato a necessidade de o farmacêutico receber uma formação especializada para atuar na área clínica. De posse desse conhecimento, o farmacêutico conseguirá atingir resultados satisfatórios em saúde e assim reconquistará seu espaço de profissional envolvido com a promoção de saúde do paciente, conscientizando a sociedade e o poder público sobre a importância do farmacêutico clínico.
      No sistema público, a presença desse profissional pode contribuir para diminuir os gastos com o setor da saúde na medida em que poderá colaborar para a racionalização da distribuição dos medicamentos e diminuição dos problemas de saúde devido ao uso inadequado dos fármacos, desde que devidamente preparado para tais intervenções.
      No entanto, também no subsistema privado de saúde, o farmacêutico pode representar um grande diferencial no atendimento dos clientes por meio do acompanhamento individualizado desses usuários, atraindo novos usuários para as empresas de planos e serviços de saúde. Isso se aplica às drogarias, as quais os Conselhos Regionais e Federal de Farmácia têm empenhado esforços buscando caracterizá-las como estabelecimentos de saúde. Mas para que o farmacêutico reconquiste seu espaço de profissional comprometido com a farmacoterapia, é necessário conhecer a realidade da profissão farmacêutica no âmbito das drogarias e, a partir disso, traçar mudanças que conduzam a efetiva atuação do profissional. Afinal, será que o farmacêutico tem a sua disposição uma estrutura física favorável e tempo para receber, orientar e acompanhar os pacientes? Será que o profissional tem autonomia sobre os interesses comerciais dos proprietários de drogarias para dispensar adequadamente os medicamentos? Será que os farmacêuticos têm buscado se atualizar e complementar seu conhecimento para atuar efetivamente na área clínica?
      Acredito que através de uma formação mais especializada e de uma mudança de postura dos farmacêuticos na atenção básica e na dispensação em drogarias, esse profissional reconquistará seu papel junto ao paciente e também o prestígio perdido desde a época dos boticários.

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    2. Olá Tiago! Tudo bom? Mas você acha que o profissional deve se formar em farmácia e depois fazer um curso de farmácia clínica, ou o próprio curso de farmácia já forme um farmacêutico clínico?

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    3. Boa pergunta, Rodrigo! Não sei ao certo, mas acredito que ainda durante a graduação o aluno deveria ter mais contato teórico e prático no âmbito da Farmácia Clínica, embora talvez seja fundamental cursos de aperfeiçoamento profissional uma vez que a grade de um curso de Farmácia já é demasiadamente extenso nessa nova formação generalista. E você, Rodrigo, o que pensa a respeito?

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  5. Mariana Kliemann Marchioro20 de maio de 2012 às 20:16

    Concordo com a definição apresentada por Miller. Acredito que em poucas palavras ele conseguiu integrar tudo. Talvez não de forma explicita, porém se começarmos a refletir sobre cada objetivo veremos que tudo, ou praticamente tudo, que foi discutido pelos colegas se inclui. Infelizmente na minha formação não tive a parte teórica de Farmácia Clínica, por ser do currículo antigo, o que sei a respeito foi aprendido na prática, com estágio extracurricular em hospital.

    Como a Marília citou, na Farmácia Clínica precisamos de conhecimentos em diferentes áreas (fisiologia, farmacologia, patologia, análises clínicas, entre outras), mas acredito que esta reflexão não esteja inclusa no objetivo "aplicações clínicas dos conceitos farmacológicos", mas sim no objetivo "conhecimento sobre diagnósticos, principalmente quando relacionados à farmacoterapia".

    A Joice trouxe uma definição de Holland & Nimmo em sua postagem. Analisando-a posso dizer que discordo dos autores por definirem o papel do Farmacêutico na prática da Farmácia Clínica como sendo a contribuição que nós profissionais podemos oferecer à equipe médica/hospitalar durante o manejo terapêutico de um paciente, como a colega mesmo escreveu. Para mim esta definição ficaria melhor redigida como a contribuição que nós profissionais podemos oferecer ao usuário com o apoio interdisciplinar dos profissionais da saúde.

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  6. Concordo com a definição apresentada por Miller e também com as questões levantadas pelo Tiago.
    Achei essa definição bem interessante também...“A Farmácia Clínica é um conceito ou uma filosofia que enfatiza o uso seguro e adequado de medicamentos em pacientes. Ela coloca a ênfase do medicamento sobre o paciente e não sobre o produto. Isto apenas é alcançado interagindo responsavelmente com todas as disciplinas de saúde que estão de alguma forma envolvidos com medicamentos” (PARKER, 1967 citado por FRANCKE, 1969).
    Lendo essas definições e pensando um pouco a respeito chego a conclusão que infelizmente essa questão não é abordada de forma consistente durante a graduação. É uma pena, pois creio que é um espaço exclusivo para nós farmacêuticos, afinal de contas qual melhor profissional para entender de farmacologia, farmacocinética e farmacodinâmica que os farmacêuticos?
    Sobre as questões levantadas pelo Tiago como "será que o farmacêutico tem a sua disposição uma estrutura física favorável e tempo para receber, orientar e acompanhar os pacientes?" Acredito que não, pois infelimente as farmácias estão virando algo parecido com supermercado onde perdeu-se a consciência por parte dos pacientes que fazem uso medicamentos e por parte dos farmacêuticos que são profissionais da saúde e não simplesmente vendedores.

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  7. Bruna Ruzza Monteguti24 de maio de 2012 às 12:04

    Olá!
    Concordo com a definição apresentada e consigo entender este olhar do farmacêutico clínico voltado ao paciente.
    Complementando as considerações de Tiago e Luiza, levanto a questão do serviço público, onde em algumas realidades existe um serviço voltado exclusivamente ao medicamento – aqui entendido como aquisição e distribuição.
    A verdadeira assistência farmacêutica, cumprindo os princípios da Política Nacional de Medicamentos, deve garantir além do acesso a medicamentos o seu uso racional, e abre-se aqui a possibilidade de atuação do farmacêutico clínico.
    Enfrentamos a realidade do profissional farmacêutico preso as questões burocráticas do medicamento, não presente na dispensação e despreparado pela graduação para desenvolver as funções da farmácia clínica.
    Ainda assim não tenho um olhar pessimista. Temos onde buscar conhecimento e aplicando-os, conquistar espaço nos serviços, demonstrando aos gestores de saúde e usuários qual o real papel do farmacêutico.

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  8. Isabel Heinzmann Griebeler24 de maio de 2012 às 14:01

    Boa tarde!
    Concordo plenamente com a definição apresentada por Robert Miller.
    Concordo também com o exposto pela colega Luiza sobre a não abordagem dessa questão durante a graduação.E agora, trabalhando em Hospital, vivencio a realidade citada pela colega Bruna. Antes, atuando como farmacêutica de drogaria, lutei para não servir somente para cumprir as funções burocráticas. E hoje, com muito esforço e dedicação, estou aprendendo a realizar as funções de "farmacêutico clínico", estudando novamente farmacologia, farmacocinéitca e farmacodinâmica.
    Acredito que a existência do mestrado em assistência farmacêutica vem tentar suprir essa falta, e talvez, futuramente, tenhamos mais farmacêuticos clínicos atuantes.

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    1. Isabel também vivenciei esta experiência de "migrar" dos serviços burocráticos para os serviços clínicos, é uma tarefa difícil mas percebi que o caminho é estudar...e os resultados são realmente gratificantes.
      Um abraço

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  9. Paola de Andrade Mello24 de maio de 2012 às 18:36

    Olá!!
    Concordo totalmente com os colegas e principalmente com o Tiago. Além da minha frustração quanto a falta de preparo e de embasamento teórico do nosso ensino sobre a Farmácia Clínica, quero registrar a minha indignação quanto a visão capitalista das farmácias e drogarias. Acho que o hospital é realmente o lugar aonde iremos começar e ampliar o nosso papel de farmacêuticos clínicos, pois lá é realmente um estabelecimento de saúde. Enquanto a visão comercial das drogarias permanecer, vai ficar difícil o farmacêutico mostrar o seu potencial clínico nestes locais.

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    1. Olá Paola! Na minha opinião, nós temos que atuar como farmacêuticos clínicos desde a atenção primária até a terciária, inclusive nos serviços privados e não devemos criar este "preconceito" de que o hospital é uma organização de saúde e a drogaria é apenas um estabelecimento comercial, pois esta mudança de pensamento deve partir de nós farmacêuticos clínicos. Quem sabe a partir do dia em que tivermos farmacêuticos clínicos atuando como farmacêuticos clínicos na drogaria conseguiremos transformá-la em um estabelecimento de saúde (também)?

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    2. Paola de Andrade Mello26 de maio de 2012 às 16:13

      Oi André! Talvez esse "preconceito" se deva ao fato de que, nos hospitais, a farmácia clínica já está sendo aplicada e é vista como um processo fundamental no cuidado ao paciente. Já nas drogarias, o farmacêutico fica sujeito as pressões de venda e lucratividade dos donos dos estabelecimentos, o que torna a prática clínica mais distante. Mas de qualquer forma, concordo contigo, acho que essa mudança deve sim partir dos próprios farmacêuticos e para isso precisamos de muito estudo!!!:)

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    3. Olá Pessoal! Tudo bom?
      Acho que o papel do farmacêutico clínico só vai se efetivar na atenção primária e nas drogarias com mudança na legislação sobre a própria profissão. As drogarias são a princípio estabelecimentos comerciais, que podem ser abertos por leigos, portanto que a enxergam como fonte de lucro. Farmacêutico nesta drogaria é visto como um requisito para a sua abertura, já que a legislação obriga a presença deste profissional. Agora a legislação não fiscaliza as atividades desse profissional nessa área, (por exemplo, o CRF só confere a presença e a VISA confere a situação do estabelecimento, SNGPC e alguns protocolos), portanto desvalorizando ainda mais a presença. Então porque eu, dono de farmácia, tenho que pagar bom salário para um profissional que a única exigência de fato é a sua presença? Já existem mudanças em relação a isso. Já existem países onde o farmacêutico recebe por cada prescrição não aviada, ou seja, valorizando o papel do raciocínio clínico do farmacêutico.
      Para a situação das drogarias, vejo a farmácia popular como uma saída interessante. Se a cada ano, o ministério da saúde aumentar as exigências das drogarias para participarem do programa farmácia popular, como aumentar o número de farmacêuticos, possuir consultório para atendimento entre outras coisas, irão surgir novas necessidades para este estabelecimento, forçando os donos a contratarem profissionais mais especializados, que por sua vez farão um trabalho mais efetivo junto a comunidade.
      Na atenção primária temos outro problema, a desvalorização do medicamento. O medicamento é visto como um insumo comum, que portanto não precisa de um cuidado extra. Praticamente todas as unidades de saúde possui medicamentos. A legislação também é muito vaga a respeito de quantos farmacêuticos se precisa na atenção primária e quais são as competências deste profissional nesta área. Recentemente o ministério da saúde está disposto a discutir este tema, incluindo os serviços farmacêuticos nas Redes de Atenção em Saúde.
      Acho que o caminho está trilhado, é complicado, mas não é impossível. Temos que fazer nosso trabalho da melhor forma possível, tanto no nível micro quanto no macro para conquistar nosso espaço.

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  10. Bom dia!
    Achei muito pertinente os temas levantados por vocês. Infelizmente, algumas questões ainda limitam nossa atuação como farmacêuticos clínicos, mas acredito que apesar das dificuldades, vamos conseguir reconquistar nosso espaço e com certeza, isso se dará através de muito esforço e estudo.
    Com relação à definição de Farmácia Clínica, acabei me deparando com uma que achei bem interessante:
    “Clinical Pharmacy is a health science discipline in which pharmacists provide patient care that optimizes medication therapy and promotes health, wellness, and disease prevention. The practice of clinical pharmacy embraces the philosophy of pharmaceutical care; it blends a caring orientation with specialized therapeutic knowledge, experience, and judgment for the purpose of ensuring optimal patient outcomes. As a discipline, clinical pharmacy also has an obligation to contribute to the generation of new knowledge that advances health and quality of life.”
    Esta definição é do American College of Clinical Pharmacy, para quem tiver interesse, o site é: www.accp.com, é um site muito bom e que vale a pena ser explorado para quem tem interesse em assuntos dessa área.
    O que me chamou a atenção no conceito acima, foi a abordagem sobre qualidade de vida, pois um bom tratamento além de ser eficaz combatendo ou evitando a progressão da doença deve também contribuir para uma melhora da qualidade de vida, já que alguns tratamentos por melhores que sejam podem afetar negativamente o bem estar e as atividades do cotidiano dos pacientes, como o trabalho e os relacionamentos interpessoais. Por isso, além de estarmos atentos à qualidade da farmacoterapia, devemos, como farmacêuticos clínicos, estar sempre atentos as percepções de cada indivíduo levando em consideração seus anseios e preocupações.

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    1. Lorena eu também concordo com a parte que você destacou no conceito... a qualidade de vida. Este aspecto humanístico vem sendo explorado e considerado cada vez mais nas condutas clínicas.
      Mas voltando ao conceito de farmácia clínica...quando analisamos na prática o campo de atuação e as atribuições de um farmacêutico clínico, me parece que nenhum conceito possui a magnitude suficiente para englobar todas as atividades que são do âmbito da farmácia clínica.

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    2. Concordo contigo, André! Realmente, quando refletimos sobre cada um dos conceitos que conhecemos ou que nos são apresentados, nenhum ainda é capaz de abranger todos os aspectos da Farmácia Clínica, o que também ocorre com outras definições. Acredito que isso ocorra devido ao fato de que a Farmácia Clínica é uma ciência relativamente nova que está em constante evolução e a cada dia que passa se descobre algo que pode ser incorporado ao seu conceito.

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  11. Vanessa Santana Gomes25 de maio de 2012 às 09:05

    E aí pessoal, tudo bem?
    Gostaria primeiramente de dizer que gostei muito da idéia do blog, pois na aula por webconf, devido ao tempo restrito, as vezes fica difícil que todos consigamos nos manifestar e expor nossas opiniões.
    Bom, concordo com a fala de Miler pois trás bem a idéia da mudança do paradigma do foco na doença para o foco na pessoa, com todas as suas particularidades, inclusive na farmacoterapia.
    Mas acredito que para sermos farmacêuticos clínicos precisamos nos especializar e estudar bastante, como os colegas já disseram conhecimentos em farmacocinética, análises clínicas, farmacodinâmica, toxicologia,assistência farmacêutica além de habilidades para se expressar e se relacionar com os usuários e os demais profissionais da equipe multidisciplinar são necessárias. Então como vemos, não é uma tarefa fácil pois o conhecimento necessário para um farmacêutiuco clínico perpassa a várias áreas da farmácia.

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  12. Olá Tiago!
    Gostei muito das suas reflexões e gostaria de colocar minha opinião sobre alguns aspectos que você questionou... sobre a atuação do Farmacêutico clínico.
    1. Quando você diz sobre a necessidade de uma "formação mais especializada" você não acha que isso prejudicaria na atuação do farmacêutico como um "mediador" entre médicos especialistas e pacientes? Isso não prejudicaria o perfil do farmacêutico cuidador do PACIENTE e o levaria a se preocupar mais com a doença (na qual ele se especializou)? Como acontece com muitas especialidades médicas na atualidade, que não se preocupam com a pessoa, mas sim com a doença do paciente. O que vocês acham?

    2. Tiago outros pontos cruciais são os seguintes: a falta de estrutura, a falta de tempo e a falta de autonomia. As queixas relacionadas a estes aspectos se repetem entre os farmacêuticos, e por isso tenho discutido isso com alguns colegas e as vezes até dizemos "gostar de reclamar parece uma característica intrínseca do farmacêutico". Temos que refletir sobre isso. Será que a autonomia não podemos conseguir aplicando nossos conhecimentos técnicos e demonstrando os benefícios clínicos, humanísticos e financeiros da nossa atuação para os gestores? Acredito que falta aplicar, sair do "mundinho da farmácia" e mostrar nosso conhecimento. É preciso mais coragem e estudo! Mas sair da zona de conforto é realmente difícil...
    E se não temos estrutura temos que driblar este fator essencial para obtenção de bons resultados de forma a melhorar o processo de trabalho, sempre lembrando que os RESULTADOS são obtidos por meio de melhorias na ESTRUTURA e no PROCESSO. Logo, se não conseguimos melhoria na estrutura (a priori) temos que melhorar nosso processo de trabalho para chegar ao nosso objetivo final... melhoria da condição clínica do paciente.
    Pessoal eram essas as minhas colocações, espero ouvir a opinião de vocês.
    Um grande abraço

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    1. Baldoni,
      achei interessante suas ponderações com relação ao que eu havia dito. Para que consigamos atuar como farmacêuticos clínicos também nas drogarias será mesmo necessário conquistarmos este espaço provando aos proprietários de farmácias e clientes nossa importância para o alcance de bons resultados na terapia medicamentosa. No entanto, é difícil mostrar resultados se o farmacêutico é privado de tempo para se relacionar com os clientes devido às tarefas de gerenciamento e atividades não relacionadas à profissão que ele é obrigado a realizar cotidianamente.
      Além disso, quando me refiro à "formação mais especializada" do farmacêutico, aponto a necessidade de que tenhamos uma formação diferenciada para a área clínica de forma a adquirir conhecimento amplo que subsidie a relação com o paciente e com outros profissionais da saúde sem, contudo, que esta formação seja limitada tal qual ocorre nas especialidades médicas.
      Acredito que por meio dessa formação mais adequada, conseguiremos interferir melhor sobre o PROCESSO e, então, garantir RESULTADOS que futuramente justifiquem e incentivem mudanças na ESTRUTURA.
      Um forte abraço, amigo Baldoni!

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  13. Sabrina Nunes do Nascimento25 de maio de 2012 às 17:26

    Olá. Concordo com a definição de Robert Miller e com as complementações feitas pelo Tiago e demais colegas. Acredito que o papel do farmacêutico na farmacoterapia é fundamental para o sucesso do tratamento medicamentoso, além da interação multidiscpilnar com outros profissionais de saúde, e não me refiro apenas à figura do médico, mas sim a nutricionistas, enfermeiros, entre outros. Porém, infelizmente, ainda não somos (ou somos muito pouco) vistos pela sociedade como profissionais imprescindíveis nas mais diversas áreas e estabelecimentos de saúde, principalmente nas drogarias. Muitas pessoas já vieram me perguntar o porquê da necessidade da presença do farmacêutico na drogaria se existem os balconistas. Esta é uma questão que me frustra bastante, pois penso que se as pessoas pensam assim é por nossa culpa, é pela falta de união da nossa classe em tentarmos mudar este tipo de pensamento. Concordo com as colegas Paola e Luiza, as drogarias são estabelecimentos comerciais, onde o lucro é a prioridade e não a saúde. Acredito que devemos partir daí para tentar conscientizar a socidade da nossa importância sobre a sua saúde, seja na atenção farmacêutica ou na interpretação de resultados laboratoriais e fisiopatologia das mais diversas doenças. Enquanto não nos unirmos para tentar mudar essa realidade, como classe farmacêutica forte que devemos ser, as drogarias continuarão sendo estabelecimentos comerciais e os clientes continuarão nos vendo como meros balconistas.

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    1. Olá! Gostaria de parabenizar a iniciativa do blog e da disciplina de farmácia clínica, pois acho muito importante esta troca de idéias e conhecimentos, principalmente sobre uma área tão pouco explorada como é a Farmácia clínica. Respondendo a pergunta do blog,sim.. concordo com as definições de Robert Miller, principalmente quando ele aborda o termo interprofissional e atitude orientada pelo paciente. Acredito que mesmo depois de 40 anos deste conceito ter sido publicado, ele se mantenha muito atual e reflete bem aquilo que buscamos em um farmacêutico clínico: profissional responsável pelo sucesso da farmacoterapia.Porém é triste pensar, que 40 anos após esta postulação estejamos tão longe da realidade da Farmaácia Clínica...serão necessários mais 40 anos para mudar essa realidade???

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    2. Olá! Gostaria de parabenizar a iniciativa do blog e da disciplina de farmácia clínica, pois acho muito importante esta troca de idéias e conhecimentos, principalmente sobre uma área tão pouco explorada como é a Farmácia clínica. Respondendo a pergunta do blog,sim.. concordo com as definições de Robert Miller, principalmente quando ele aborda o termo interprofissional e atitude orientada pelo paciente. Acredito que mesmo depois de 40 anos deste conceito ter sido publicado, ele se mantenha muito atual e reflete bem aquilo que buscamos em um farmacêutico clínico: profissional responsável pelo sucesso da farmacoterapia.Porém é triste pensar, que 40 anos após esta postulação estejamos tão longe da realidade da Farmaácia Clínica...serão necessários mais 40 anos para mudar essa realidade???

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  14. Olá pessoal.
    Entendo Farmácia Clinica como sendo o processo de cuidado farmacêutico, o qual envolve paciente e profissional qualificado que assume responsabilidade por suas intervenções e resultados obtidos. São necessários saberes que vão desde o campo da clínica até bases humanistícas para o atendimento farmacêutico. Vejo que o nosso grande desafio, além da lacuna existência na nossa formação que não nos empodera para o raciocínio clínico, é a dificuldade que temos em registrar nossas intervenções. Assim a prática clínica é muito desafiadora, visto não estar ainda bem estruturada em nossa profissão. Concordo com o André quando ele diz "reclamar parece uma característica intrínseca do farmacêutico". É preciso unir forças, enfrentar as dificuldades e vestir a camisa da farmácia clínica. Acredito que esse é o caminho que nos conduzirá para o reconhecimento da sociedade como profissionais de saúde e não "meros entregadores de caixinha".

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  15. Olá pessoal,
    concordo com a definição de Miller e com tudo o que já foi dito pelos colegas acima e achei muito interessante a crítica sobre o farmacêutico "adorar" reclamar. Bom, não vou repetir o que já foi dito e minha fala vai ser no sentido do que fazer para ser mais do que um mero "entregador de caixinhas" como disse a colega acima. Na minha opinião falta pró atividade do farmacêutico,esteja ele trabalhando em drogaria, UBS ou num hospital. Por algum motivo este profissional gosta de se esconder, tem medo do público e de outros profissionais da saúde, acha que não sabe nada e adora reclamar dos médicos. A falta de pró atividade contribui (para mim, 90%) com a questão cultural que vivemos no nosso país acerca da automedicação desenfreada e sem informação. A sociedade está acostumada a entrar numa drogaria, pegar sua caixinha, pagar e ir embora. Qualquer coisa diferente disso causa estranheza. E aí que entra o farmacêutico clínico. Um profisisonal habilitado e com o dever de prestar cuidado a um paciente carente de informação sobre sua farmacoterapia, reações adversas, interações e resultados terapêuticos. Penso que no decorrer da cadeira possamos pensar e discutir melhor sobre como mudar essa cultura em nossa sociedade.

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  16. Guilherme Borges Bubols28 de maio de 2012 às 11:14

    Boa tarde,

    concordo com a definição de Miller. De uma forma geral, esses itens apontam a importância de se agregar ao nosso conhecimento básico farmacêutico ferramentas que nos aproximem do paciente e nos possibilitem pensar na aplicabilidade clínica da farmacoterapia, e não apenas conhecer propriedades de um fármaco ou outro (farmacodinâmicas e/ou farmacocinéticas). Afinal, qual a relevância - na conduta clínica/ escolha de um medicamento ou outro - de se saber essas propriedades? Somado a isso deve estar também a questão da induções ou inibições de sistemas enzimáticos resultantes de interações medicamentosas.

    Colocando minha impressão pessoal no assunto, acho que os currículos de farmácia no Brasil ainda não trabalham de uma forma adequada todas essas habilidades elencadas por Miller, apesar das mudanças que recentemente foram incluídas na formação farmacêutica. Digo isso principalmente pela questão de diagnóstico e aplicações clínicas dos conceitos farmacológicos (no nosso caso, muito teóricos).
    Vejo também que o foco no trabalho interprofissional de fato enriquece e fortalece a formação farmacêutica, suprindo em parte as deficiências mencionadas.
    Em se tratando das mudanças necessárias para que os farmacêuticos possam realmente atuar como farmacêuticos clínicos, vejo que o ambiente hospitalar seria inicialmente mais adequado para se implantar a farmácia clínica, e em um segundo momento essas habilidades poderiam ser desempenhadas melhor nas drogarias, seja pela enorme quantidade de drogarias no país ou até que todos os profissionais tenham uma formação ou complemento da sua formação voltadas a farmácia clínica.

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    1. GIOVANNA W. NEGRETTO: Concordo com o Guilherme a respeito dos curriculos do curso de Farmácia, que apresentam uma lacuna no que diz respeito às habilidades elencadas por Miller. Sou da opinião de que o aluno deveria ser inserido em uma ambiente que permita o contato direto com o paciente, seja a nivel terciário, secundário ou na atenção primária. Isso possibilita uma melhor interação entre o paciente e outros profissionais da saúde. Além disso, o aluno se interessa mais pelo curso e dessa forma busca mais conhecimento, agregando cada vez mais na vida profissional do farmaceutico.

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  17. Gabriella Calvi Sampaio28 de maio de 2012 às 12:58

    Olá pessoal!
    Também concordo com a definição de Miller sobre a farmácia clínica, a qual tem por objetivo a aproximação do farmacêutico ao paciente e à equipe de saúde,trabalhando em uma equipe multiprofissional, possibilitando o desenvolvimento de habilidades relacionadas à farmacoterapia do paciente.

    Para complementar, a Associação Americana dos Farmacêuticos Hospitalares define Farmácia Clínica como: “Ciência da Saúde, cuja responsabilidade é assegurar, mediante a aplicação de conhecimentos e funções relacionados com o cuidado aos pacientes, que o uso de medicamentos seja seguro e apropriado e que necessita de uma educação especializada e/ou um treinamento estruturado”.

    Sabrina, concordo contigo sobre a frustração em não ter nosso trabalho reconhecido muitas vezes nas farmácia e drogarias. Acho que a gente tem que tentar mostrar para que estamos ali e que nosso trabalho faz diferença sim nos estabelecimentos de saúde, e isto começa pela união da classe farmacêutica, que na minha visão ainda não ocorre.

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  18. A formação do profissional farmacêutico é ampla, possibilitando a atuação em várias áreas. A Farmácia Clínica, embora ainda não muito difundida e reconhecida, possui extrema relevância, principalmente no que se refere à atenção e as orientações fornecidas aos pacientes. Com a oportunidade do contato direto com o paciente, o farmacêutico coloca em prática os seus conhecimentos farmacológicos, passando segurança, sendo fundamental na evolução do tratamento.
    A atuação multidisciplinar no tratamento das doenças se faz cada vez mais necessária e o farmacêutico desempenha um papel muito importante, sendo um profissional com conhecimento para interagir tanto com o paciente como com o clínico. O uso indiscriminado de medicamentos é um exemplo de problema da sociedade atual que, com a atuação do farmacêutico clínico é sanado, por isso concordo com as palavras expostas por Robert Miller. Acredito que todos farmacêuticos são capacitados para exercer a farmácia clínica, sempre seguindo como base os objetivos propostos por Robert Miller, contribuindo para uma sociedade mais "saudável".

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    1. Olá Denise! Tudo bom? Tenho 4 anos de formado, e atuei como farmacêutico em drogaria e na gestão durante este tempo. Pouquíssimas vezes escutei este termo na graduação, e praticamente nada entre os colegas profissionais neste tempo de recém formado. Acho que estamos longe ainda de ver uma farmácia clínica efetiva, pois o que nós temos é uma classe desunida e exemplos pontuais de sucesso.

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  19. Marcele Giacomin Gonçalves28 de maio de 2012 às 18:02

    Achei muito enriquecedora a discussão como um todo. Sinto que apesar de ser uma prática bastante comum e arriscada, a automedicação ainda é a única forma de autonomia que o paciente tem sobre a própria saúde. Se formos pensar bem, deixamos para o médico toda a responsabilidade e autoridade para cuidar da nossa saúde, o que acaba gerando uma dependência e insegurança, uma vez que, este profissional não está sempre à nossa disposição para uma anamnese, para avaliar os nossos sintomas, para fazer um diagnóstico. No SUS, as consultas especializadas demoram meses e duram tão pouco que o paciente mal consegue dizer o que sente, ou se sente constrangido para isso. O farmacêutico da drogaria tem uma oportunidade fantástica quando consegue suprir o paciente com informação de qualidade, em uma linguagem adequada, instrutiva, não tirando a autonomia do paciente em relação à sua própria saúde, mas apresentando opções, mostrando interesse pelo seu problema. O cuidado e o interesse permitem a formação de um elo, de uma continuidade. Isso é possível. Existe um interesse de todas as partes por um profissional qualificado e que seja acessível. Acho que esta nova cultura do farmacêutico já é uma realidade e tive a felicidade de constatar isso em farmácias de bairro. Enxergo a farmácia clínica e o farmacêutico moderno com bastante otimismo.

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  20. Olá Pessoal!

    Como apontado pelos colegas, a conceituação de Farmácia clínica por Miller resume bem os diversos conceitos que os apresentados pelos autores citados aqui.
    Acho importante contextualizar a prática nos dias de hoje. Em cada espaço de atuação clínica do farmacêutico será requerido o exercício das competências necessárias à clínica no nosso contexto atual de atenção à saúde. Assim, os conceitos vão evoluindo, e realmente espero que a mudança de currículo, o fortalecimento das política de educação permanente em saúde e o autoconhecimento do profissional farmacêutico contribuam para nossa maior inserção nas equipes multiprofissionais.
    André, concordo contigo e destaco a questão da zona de conforto. Na graduação eu percebo que a maioria dos alunos não valorizam estudar Atenção Farmacêutica, como se nunca fossem querer se comunicar com um paciente, atuar clinicamente. (Claro, existem muitas outras realidades) Adiante o profissional chega despreparado no serviço de saúde - já que a grande maioria dos farmacêuticos vão para farmácias - e se mantém dentro da farmácia. Dentro da caixinha, que é mais "nosso núcleo".
    Provocações pontuais, colegas. ;D

    É discutindo que poderemos fortalecer o conceito em nós, para multiplicar tal como aponta Miller. Achei que "Conscientizar o paciente de sua responsabilidade na utilização dos medicamentos" vai de encontro ao discurso atualmente trabalhado no Brasil de "empoderamento do paciente".

    ;)

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  21. Bom dia

    Concordo com a definição de Miller, promover a saúde humana é muito mais que dispensar medicamentos, como farmacêuticos e sermos os profissionais que mais entendem de farmacologia, farmacoepidemiologia, farmacovigilância, farmacoeconomia é nosso dever pensar não só no bem do tratamento, mas na melhor estratégia para que nosso paciente possa recuperar seu estado saudável.
    Nos últimos anos por decorrência da revolução industrial cada vez mais nós profissionais competimos com as máquinas, então fazer oque exige um conhecimento técnico cientifico, oque nenhuma maquina (Ainda) é capaz de fazer é a melhor estratégia de sobrevivência para manter nossa profissão no futuro.

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  22. Concordo com todos os comentários dos colegas. A farmácia clínica permite aos farmacêuticos participar da equipe de saúde, contribuindo com seus conhecimentos para melhorar o cuidado da saúde do paciente. Existem muitos conceitos para a farmácia clínica, mas a Associação dos Farmacêuticos de Hospital dos Estados Unidos define ela como “uma ciência da saúde, cuja responsabilidade é assegurar, mediante a aplicação de conhecimentos e funções relacionadas com o cuidado dos pacientes, que o uso dos medicamentos seja seguro e apropriado, e que necessita de educação especializada e/ou treinamento estruturado. Requer, além disso, que a coleta e interpretação de dados sejam criteriosas, que exista motivação pelo paciente e que existam interações interprofissionais”.
    Mas porque essa prática aqui no Brasil é realizada apenas em ambiente hospitalar? Isso que deveria ser repensado, pois o profissional que está voltado para o exercício da clínica age como clínico em qualquer ambiente onde se requeira uma postura de avaliação de situação para identificação e resolução de problemas de saúde.

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  23. Na minha opinião a farmácia clínica é um conjunto de conhecimentos que permite ao farmacêutico atuar junto à equipe multidisciplinar na promoção de saúde. Neste sentido o farmacêutico clínico pode estar inserido em todos os níveis da atenção à saúde (primária/básica, secundária e terciária). Na atenção básica, seja na drogaria, na farmácia de manipulação ou na unidade básica de saúde, uma dispensação clínica bem feita pode contribuir substancialmente para a melhoria da farmacoterapia e para a promoção da saúde dos pacientes: isso também é exercer farmácia clínica.
    Infelizmente, no Brasil, isto não é a realidade em nenhum deste níveis, até mesmo na terciária, pois são poucos os hospitais que possuem um serviço de farmácia clínica estruturado e IMPLEMENTADO. No entanto, cabe a nós farmacêuticos mudarmos esta realidade!
    Abraços

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  24. Olá colegas,
    Gostei muito da "discussão" levantada pelo Tiago e pelo André.
    Concordo com o Tiago no que ele quis dizer com relação a formação mais especializada e diferenciada para a área clínica. Creio que isso nos possibilita a discutir mais com médicos sobre melhores alternativas para um tratamento mais eficaz para cada paciente depois de analisar o quadro do mesmo. Creio que além de farmacêutico com conhecimento clínico nessas horas também temos que ser um pouco psicológos, pois muitas coisas podem estar por trás de um mal sucesso a terapia (até mesmo o paciente esquecer de tomar o medicamento). Por outro lado André, acho muito pertinente a questão que tu levantou: "Isso não prejudicaria o perfil do farmacêutico cuidador do PACIENTE e o levaria a se preocupar mais com a doença?" Mas minha opinião é que não podemos olhar somente para o medicamento e seu possível efeito sem avaliar tudo que tem por trás disso. Creio que devemos sim levar em consideração o paciente e a forma como o mesmo está respondendo a terapia, e creio que isso faz parte também da nossa atuação como profissionais da área da saúde. Com muito equilibrio, penso que a união do conhecimento médico + farmacêutico nessa hora só tem a contribuir para o paciente.
    Muito boas as discussões!
    Abraços

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  25. Anaí Nicoli Cabral29 de maio de 2012 às 07:53

    Bom dia a todos, concordo com todas as discussões, com base no comentário da Marília Campos, cabe a nós essa realidade, pois estamos com todas as ferramentas em mãos, temos que nos unir e fortalecer mais nossa profissão.Fico feliz em participar dessa construção em relação aos conceitos de Farmácia Clínica, pois trabalhei por muitos anos nessa área onde o reconhecimento vindo dos pacientes era a minha força em continuar por esse caminho, não desanimei e vejo atualmente a evolução. A paciência,a relação médico,farmacêutico e paciente é de grande importância, temos que fazer dessa ponte um caminho amplo e seguro para todos, onde o alvo será sempre o paciente e sua qualidade de vida.
    Abraços a todos e Sucesso!

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  26. Ola Colegas,

    Concordo com a opinião dos colegas com relação ao conceito de Miller. No entanto devemos pensar que todas as atividades farmacêuticas necessitam de conhecimentos clinicos para seu melhor desenvolvimento. A Farmácia Clinica como o próprio conceito do autor afirma foca em processos, no meio, sem deixar claro os objetivos da atividade frente a atuação com o paciente...as metas terapêuticas e objetivos ficam pouco definidos na caracterização das atividade de farmácia clinica. A farmácia clinica foca também nos conhecimentos necessários ao desenvolvimento da atividade...

    Abraços a todos

    Leonardo Kister/UFBA

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  27. GIOVANNA W. NEGRETTO:

    eu concordo com todos os comentarios acima, que concordam com definição de Miller :). Só gostaria de acrescentar que a Farmácia Clínica possibilita ao farmacêutico aquilo que é um dos nossos maiores deveres: promover o uso mais racional e seguro dos medicamentos pela população, pois nos dá subsidios para entender melhor o paciente de forma individualizada, poder aplicar os conceitos farmacológicos na clínica,interagir com o paciente e com outros profissionais, enfim, alcançar os objetivos elencados por Miller. Gostaria de comentar também que cada vez mais o pessoal anda publicando artigos na area de farmacia clinica, o que é excelente, pois é a partir da experiência dos outros que conseguimos estruturar um modelo da farmacia clinica a ser colocado em pratica nos diferentes ambitos onde trabalha o farmaceutico e nas diferentes regiões e condições financeiras do País.

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  28. Gabriela Göethel - UFRGS29 de maio de 2012 às 12:47

    Concordo com as definições de Miller em relação a Farmácia Clínica, acredito que seja uma área que lida com a atenção ao paciente, diretamente ao paciente através do contato direto com ele ou através da orientação a outros profissionais clínicos. Acredito que não seja uma área restrita somente a hospitais, mas também farmácias comunitárias ou populares, clínicas privadas, ambulatórios, unidades de saúde entre outros.
    O profissional que exerce a farmácia clínica tem como principal função, a de garantir o uso correto do medicamento, em conjunto com a equipe multiprofissional dos hospitais e ambulatório, reduzindo o tempo de internação e melhorando a adesão destes ao tratamento. Fornece também educação e orientação ao paciente e recomendações ao médico para ajustes no tratamento.

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  29. Boa tarde,
    conforme é de conhecimento de alguns dos amigos que aqui deixaram suas mensagens, estamos iniciando um Serviço de Farmácia Clínica no setor de Neurologia do HC de Ribeirão Preto. O desafio é imenso, mas por outro lado a possibilidade de implantação de algo que valoriza tanto a nossa profissão é algo que me motiva muito. A cada dia que passa me sinto mais integrado à equipe, tenho sido cada vez mais solicitado pelos outros profissionais que, aos poucos, estão entendendo que a presença do farmacêutico é um suporte adicional para que o paciente tenha o melhor atendimento possível. Sobre a definição citada acima, concordo com ela, na verdade fazer farmácia clínica envolve muitas coisas e entendo que os conceitos que são mais difundidos e conhecidos se completam.
    abraços a todos,
    João Paulo - Ribeirão Preto

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    1. Olá João Paulo,
      é bom perceber que, apesar de incipiente, a Farmácia Clínica tem conquistado seu espaço em alguns serviços de saúde e que o profissional farmacêutico aos poucos é reconhecido como parte fundamental ao sucesso do esquema terapêutico dos pacientes.
      Acredito que através de profissionais comprometidos com a ética, capacitados e detentores do conhecimento clínico e humanístico, em breve passaremos desta fase de transição para uma outra na qual a estreita relação farmacêutico-paciente será resgatada e os inúmeros benefícios para a saúde pública justificarão a presença do farmacêutico em toda e qualquer equipe/serviço de saúde.
      Parabéns pelo trabalho desenvolvido.
      Abraços

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  30. Sobre nossa última aula de farmacocinética fiquei pensando depois: Se tivermos os conceitos bem sólidos dos parâmetros farmacocinéticos não precisamos de muitas coisas para poder prever como o medicamento atuará no organismo do paciente nas próximas horas. Acredito que esses parâmetros são de extrema importância para nosso conhecimento e principalmente do farmacêutico clínico. Interessante que na aula todos os conceitos foram relacionados entre eles e não analisados de maneira independente. Aula muito boa e esclarecedora. Acho que seria interessante se pudessemos discutir aqui no blog casos clínicos de pacientes. Ajudaria muito na compreensão de todo um caso clínico.
    Abraços

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  31. Fábio Pinheiro de Sozua4 de junho de 2012 às 11:51

    Concordo com a opinião dos colegas e com as definições de Miller, e aproveitando a deixa sobre os diferentes conceitos apresentados, apresento tb alguns outros conceitos de diferentes instituições e/ou pensadores a respeito e corrobora com as idéias apresentadas por Miller e pelos colegas,

    “A Farmácia Clínica é um conceito ou uma filosofia que enfatiza o uso seguro e adequado de medicamentos em pacientes. Ela coloca a ênfase do medicamento sobre o paciente e não sobre o produto. Isto apenas é alcançado interagindo responsavelmente com todas as disciplinas de saúde que estão de alguma forma envolvidos com medicamentos” (PARKER, 1967 citado por FRANCKE, 1969)
    FRANCKE, G. N. Evolvement of Clinical Pharmacy. Drug Intelligence, v. 3, p. 348 – 54, 1969

    “Aquela área da Farmácia interessada na ciência e na prática do uso racional de medicamentos”
    American College of Clinical Pharmacy (ACCP) – 2005

    "A prática da farmácia clínica engloba a filosofia da atenção farmacêutica, associa uma orientação para o cuidado com conhecimento terapêutico especializado, experiência e discernimento objetivando garantir ótimos resultados para o paciente. Como uma disciplina, a Farmácia Clínica também tem uma obrigação de contribuir para a geração de novos conhecimentos que melhorem a saúde e a qualidade de vida.”
    ACCP. The Definition of Clinical Pharmacy. Pharmacotherapy 2008;28(6):816–817)

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  32. Sendo o aconselhamento ao paciente um dos instrumentos essenciais para a realização da Atenção Farmacêutica, e portanto para atuação do farmacêutico clínico , é imprescindível o desenvolvimento das habilidades de comunicação, para assegurar um bom relacionamento farmacêutico/usuário. O fato de participar efetivamente do processo de comunicação na orientação e adesão terapêutica é que torna indispensável seu papel social como profissional de saúde. Com o estabelecimento de uma comunicação ativa com o paciente, o farmacêutico poderá "negociar" com este, a planificação do seu tratamento, bem como a implementação e monitorização de uma farmacoterapêutica que produzirá resultados satisfatórios.
    O que me pergunto e coloco para discussão é: como podemos aprimorar esta habilidade de comunicação se na graduação nem ouvimos falar disso? E outra,qual o nosso papel como alunos de pós graduação (que atua ou atuará na formação de novos profissionais)no desenvolvimento desta habilidade?

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  33. Alexandre F. Schmidt12 de junho de 2012 às 20:49

    Concordo com o autor e percebo que a Farmácia Clínica efetiva é um grande passo para realidade brasileira. Temos exemplos em Natal/RN e em outros estados. Uma forma deste serviço farmacêutico ganhar força vem acontecendo ultimamente pelos próprios hospitais em busca de acreditação, as empresas certificadoras já perceberam isto e hoje exigem Farmácia Clínica (mesmo que básica) como pré-requisito para os primeiros níveis de acreditação, muito disso também por força dos próprios convênios que também perceberam que farmacêutico atuante junto a equipe multiprofissional significa uso racional do medicamento e como umas das tantas consequências: Economia, diminuição nos gastos.

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  34. Concordo com o autor, embora a definição de farmácia clínica muitas vezes se confunde com Atenção Farmacêutica.

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